Título: Ingravito
Interprete: MACACO
Formato: CD
Trata-se do quarto trabalho do Grupo catalão Macaco, encabeçado por Dani «El Mono Loco» Carbone, ex-colaborador de Ojos de Brujo – que também dão ajudinha neste álbum. Uns e outros, aliás, estiveram presentes no Festival Mestiço organizado pela Casa da Música nos passados dias 10 a 13 de Maio. O T & L (então, ainda
in fieri) não faltou, tendo assistido ao espectáculo dos segundos. (E diga-se,
en passant, que não ficou fã da acústica do Parque de Estacionamento do Piso -1, onde decorreu todo o festival. Apesar de original, a ideia, na sua concretização, revelou-se falha de eficácia. A ressonância daquele espaço transformava todo o som que lá (se) tocava num ruído amorfo e pouco aprazível. Houve mesmo quem alvitrasse que de um espectáculo de Heavy Metal se tratava. Não foi, Rocky?)
A música dos Macaco é cozinhada num caldeirão de sonoridades, onde se adicionam, entre outros ingredientes, a rumba catalã, o hip-hop, reggae, e umas pitadas de sons latinos e brasileiros. (Lembra Manu Chao – a espaços!). É uma
mezcla interessante, ou melhor,
exquisita.
Depois do afamado “Entre Raíces y Antenas”, eis que surge “Ingravitto”. O nome do álbum é explicado na primeira faixa, onde pode ouvir em várias línguas (entre elas o português – do Brasil) que: “Con los pies en el suelo y las manos levantadas. Observarse adentro desde fuera y mirar a fuera desde dentro, conectarse para actuar y desconectarse para soñar. Al conjunto de estos actos se le llama estado ingravitto.”
Apesar de não ter tido tempo de ouvir com atenção o CD, deu para perceber que é de todas as suas obras, aquela que apresenta a sonoridade mais pop. Mas, como (parte da) banda sonora do (meu) Verão, cumpre parece cumprir a tarefa com suficiência. É leve, fresco e simpático.
Da fugaz audição, retive no ouvido (para além do já muito conhecido “Sideral”) a letra da canção n.º 2, “Con la mano levantá”. Apesar de muito simples, pobre estilisticamente até, e assaz repetitiva (o acompanhamento musical dá-lhe o brilho que a letra, a seco, parece não ter – ou melhor, não tem!), ela retrata o meu estado de espírito.
Por isso, pedindo antecipadamente desculpa a filipelamas (é quase um atentado, depois da bela filigrana com que me – nos - brindou ontem. SORRY!), e como I`m in a cool mood, aqui vai …
Con la mano levantá (feat. Juanlu El Canijo – Calima)
Con la mano levantá al pasado le digo adiós / y el futuro que vendrá dicen que pende de un hilo / y el presente aquí contigo mano a mano/ oye mi hermano disfruta el camino / con la mano levantá al pasado le digo adiós / y el futuro que vendrá dicen que pende de un hilo / y el presente aquí contigo mano a mano/ oye mi hermano disfruta el camino / con la mano levantá yo tocaré, voy tocando el cielo / de puntillas pa tocar / o subiendo un escalón / escribiendo otra canción de escaleras al cielo / busco un sitio pa saltar / que me de alas pa volar / realidad a ras de suelo / con las manos levantás no nos vieron al pasar / cuantas manos hay que alzar para que escuchen de nuevo / tu arma la imaginación / tu escudo no protección / intuyendo el movimiento / con la
mano levantá yo tocaré, voy tocando el cielo / con la mano levantá yo tocaré, voy tocando el cielo / Salté la valla, corrí mil batallas / pero aquí estoy de nuevo / perdí el aliento, pero no me siento / busco carrerilla pa saltar! Pa saltar! Pa saltar! / con la mano levantá / yo tocaré, el cielo.
Letra e Música: Dani Macaco “El Mono”