sábado, julho 29, 2006

Orfeu e Narciso


Qual andarilho emigrado, vou sentindo que Eros e a Civilização de Herbert Marcuse corresponde a uma espécie de nova Utopia de Tomás Moro: a libertação do Homem entregue nas mãos de Orfeu e Narciso. Se este último me levanta fundadas dúvidas, é também exacto que contemplarmo-nos tem a virtualidade da auto-análise cada vez mais imperiosa. O exílio do filósofo alemão em terras americanas foi ainda um grito de revolta contra a sociedade de consumo e da tara perdida que nos calhou viver. Vale a pena pensar em Orfeu e Narciso no dia em que, em 1979, se apagou aquele que muitos consideram um dos mais exuberantes cometas do século passado.

2 comentários:

rtp disse...

É mesmo uma "sociedade de consumo e da tara perdida"! A compreensão d(ess)a natureza dos tempos já nos permite vislumbrar um bocadinho de luz por entre as trevas.

Claudia Sousa Dias disse...

Ainda não li nada dele!

CSD