domingo, fevereiro 27, 2011

James Blake II



The Wilhelm Scream por James Blake

James Blake - I



Limit to your love da Feist por James Blake

Prof. Gastón Chaves


Aos bons amigos que vamos conhecendo na vida, àqueles que nos fazem pensar na beleza da criação humana, àqueles que connosco repartem sem sequer abrirem a boca, nunca dizemos adeus...

Hasta luego, Maestro!

quinta-feira, fevereiro 24, 2011

The Economy


Say Hey Hey


Por Lengendary Tigerman com DJ Ride, Nel Assassin e João Doce.
Um dos momentos altos do concerto do Coliseu do Porto a 21 de Janeiro.

Verdade (in)conveniente


O Prémio Nobel, Paul Krugman, disse tudo sobre a crise do euro e da dívida, colocando o dedo na ferida e relembrando o que se vai dizendo em surdina: não são apenas os especuladores a ganhar milhões, mas também a Alemanha.

O economista considera que o sucesso da união monetária deveria ser um dos desafios mais importantes do projecto europeu mas que, na realidade, o euro está a conduzir países em risco como a Grécia ou a Espanha a uma “orgia de empréstimos financiada pelo boom das exportações alemãs”.

In: Público, 23.2.2011.

Ofensa ao Direito Penal

Vejam lá, que nas novidades da editora jurídica "Tirant lo Blanch", um certo livro é categorizado como... Direito Penal... Porque será?:)


terça-feira, fevereiro 22, 2011

Tretas sobre neve


Temos paz e cólera dentro de nós. Construção e destruição. Vida e morte. Amor e ódio.

E de tudo isto, o que fazemos? Nada. Limitámo-nos a viver tudo isto. Quantas vezes fulminando de cólera quem nos ama e amando quem nos odeia sem que saibamos. (ou mesmo não o ignorando). Nascemos, procriamos (ou não, parece que não é obrigatório) e morremos (esta sim, não se pode passar). Há quem diga que nada de nós fica sobre a terra. Que o fim é simplesmente o fim. O grande vazio, o silêncio eterno. Se assim fosse, porém, como explicar que um desconhecido nos atraia de imediato e um outro nos cause repulsa, sem sequer ter aberto a boca? Como justificar que tenhamos a sensação de ter já vivido algo que se assemelha tanto ao que está a suceder? Há momentos em que sabemos o que o interlocutor vai dizer. Palavra por palavra, como se fossemos o encenador de uma peça que só conhecemos em parte, desconhecendo sempre o fim.

Há, só pode haver, um projecto, uma força, um Ser que vive sem tempo nem espaço. Que se deve fartar de rir com os nossos melodramas, com as nossas glórias, com as nossas pedinchices. Que se ria! E que lhe saiba muito bem! De que adianta dizerem-me que são coisas menores quando são as minhas coisas? O que é humano nunca é menor. Necessita de ser integrado, de ser visto em perspectiva, por certo, mas nunca é menor. Não se criticam sentimentos. Pode e deve, quantas vezes, ajudar-se a ver outros.

***

O branco das árvores, dos seus troncos, e o leito em que a cidade está envolta convidam à reflexão que só as águas permitem. Estas, em estado mais sólido, têm a vantagem de fixar as imagens, ainda que pouco ou nada nítidas. Mas fixam-nas. E não há como a segurança para um Touro. Eu diria, para qualquer ser humano. Bem-vindos à neve!

Beautiful Tango


Por Hindi Zahra.

segunda-feira, fevereiro 21, 2011

The Cavern


Colour my eyes. Paint my insides.
Paul McCartney is an Evertonian

No dia em que se assinala o decurso de 50 anos sobre a data em que os Beatles se estrearam no The Cavern, eis umas recordações fotográficas de uma passagem pelo Pub de Liverpool
(nem o facto de o bar actual não se localizar exactamente no mesmo sítio do original parece ter perturbado o lendário “the most famous club in the world”)

Dominó

Cai neve em Freiburg

"Cai neve em Freiburg.
Há sol (???) no meu país..."

O grande José Cid devia-se sentir bem por estas bandas...

domingo, fevereiro 20, 2011

Indomável


"True Grit - Indomável"

Contra as minhas expectativas (e, talvez, também por isso), gostei muito de “Indomável”. O facto de ser um western não augurava um filme que apreciasse. Mas surpreendeu-me muito positivamente!
Não sei se está ao nível de outras obras de Cohen (nem tal me interessa, para ser sincera), mas parece-me um filme muito bom. Aliás, se tivesse que escolher um dos nomeados para melhor filme (e tendo visto, para além dele, “A rede social”, “O Discurso do Rei” e “O Cisne Negro”), entregaria o Óscar a “Indomável”.
E, com grande pena, as minhas certezas quanto ao merecimento da atribuição da estatueta ao Colin Firth, pela sua brilhante actuação em “O Discurso do Rei”, ficaram abaladas com a interpretação de Jeff Bridges. E isto, apesar daquele ser um dos meus actores de eleição (que pena não ter recebido o Óscar por “Um homem singular”!), e o último não ser da minha predilecção...

Early Night Posts (76)

The Road to Vetheuil, Claude Monet

“O que faz andar a estrada? É o sonho. Enquanto a gente sonhar a estrada permanecerá viva. É para isso que servem os caminhos, para nos fazerem parentes do futuro.
Fala de Tahir”

Mia Couto, Terra Sonâmbula, Leya SA, 2008, p. 5.

pain

to be alone in anguishing pain

makes one suffer mistily in vain

be not prepared to this undergo

be gentle with those you may know

and now that storm has stepped aside

do not forget who was beside


FL

According to Greta

According to Greta, 2009, um interessante hino à vida. Nada de obra-prima, mas jeitoso para uns dias de forte gripe...

sábado, fevereiro 12, 2011

Carla Machado

Não tive, com muita pena minha, o gosto de conhecer pessoalmente a Prof.ª Carla Machado, Professora da Escola de Psicologia da Universidade do Minho. Apenas (e não é pouco!) tive o prazer de ler alguns dos seus trabalhos em áreas de interesse comum. Por amigos próximos, fui descobrindo a beleza da sua personalidade.
A Prof.ª Carla Machado deixou-nos há poucos dias. O seu legado, para além da obra científica, conta, de entre outros, com uma crónica que não conhecia e que me tem deixado a reflectir. Muito. Identifico-me amiúde com o «síndroma do eterno queixume português», como lhe chama o Prof. Cândido da Agra, amigo da Prof.ª Carla Machado.
Vou esforçar-me por queixar-me menos e viver mais.
Aqui fica a crónica

A vida normal

Carla Machado

Público
, 24.8.2006

Todos passamos a vida a desejar a vida que não temos. Queixamo-nos do emprego, dos colegas que são chatos, do chefe que não nos dá valor, do muito que trabalhamos e do ordenado que é fraco. Reclamamos do tempo, que chove e não se pode ir à praia, que não chove e faz mal à agricultura, do sol que é pouco ou demasiado, do suor, do frio e do vento, do calor que nunca mais se vai embora e do Verão que nunca mais chega. A família cansa-nos, mas odiamos quando esta nos ignora; dizemos mal do amigos sem os quais não sabemos passar; suspiramos pelo fim do serão em que as visitas se vão embora, mas despedimo-nos combinando um novo jantar. Estamos fartos dos filhos, mas passamos o tempo a falar deles e a mostrar as suas fotografias aos amigos. O barulho que fazem enlouquece-nos, mas o silêncio da sua ausência é insuportável. Queixamo-nos do marido ou da mulher, que não são como dantes, que nos irritam, que não nos surpreendem, mas suspiramos quando nos faltam e reclamamos quando fazem alguma coisa com a qual não contávamos. Estamos no Algarve a suspirar pela frescura do Minho, no Minho damos por nós desejosos da brisa costeira, na cidade irrita-nos o artificialismo e em Trás-os-Montes formigamos com a ânsia de fugir à ruralidade. E do país, todos nos queixamos do país até ao momento em que "lá fora" concluímos com um orgulho disfarçado que realmente "comer, comer bem, só mesmo em Portugal". De queixume em queixume, passamos pela vida muitas vezes sem deixar verdadeiramente que a vida nos atravesse. E só quando somos roubados ao quotidiano que tanto maldissemos damos conta do tempo que perdemos nos lamentos sobre o tempo que os outros nos fazem perder. Há pouco mais de um mês, numa consulta que era suposto ser de rotina, foi-me diagnosticado um tumor. Felizmente benigno, como soube após 24 horas de espera. E, tal como seria de prever, naquele momento inicial em que o espectro de algo mais grave ainda não tinha sido afastado, o meu pensamento imediato foi: "Mas afinal porque é que eu estou aqui, afundada em Braga a trabalhar, em vez de ter já há muito tempo fugido para Bora-Bora?" Passado contudo tal instante, e nas 23 horas que se seguiram, foi da vida normal que tive saudades antecipadas. A vida normal: trabalhar, ir ao cinema, abraçar quem amo, rir-me das pequenas parvoíces do quotidiano, ver a minha filha a dormir e sentir o seu cheiro. A vida normal está aqui mesmo ao lado. E aposto que Bora-Bora tem imensos mosquitos.

Vivam os auscultadores!

Em Portugal, na Alemanha, em todo mundo dito «civilizado», cada vez as pessoas se permitem menos tempo para escutar o silêncio. Escondem-se atrás de «headphones» a toda a hora, na rua, nos transportes públicos, a estudar, a trabalhar, a praticar desporto...
Parece que tememos cada vez mais estar connosco próprios, como se isso fosse demasiado assustador. Ouvir as vozes que ecoam de dentro não é fácil, mas é extremamente necessário. Imagino como farão os mais maníacos desta obsessão anti-silêncio com o sono. Será que também adormecem ao som de música ou de televisão?
Estamos cada vez mais civilizados, dizemos e dizem-nos. Sentamo-nos em cafés de cadeias internacionais do tipo «Starbucks», numa qualquer cidade europeia há poucas décadas atrás quase inacessível para um vulgar tuga. E lá estão os auscultadores...
Bem, com todas estas tretas tirei os ditos cujos e já não me posso ouvir... Vou voltar aos auscultadores e a textos bem interessantes...
A bem do meu sossego interno...

quarta-feira, fevereiro 09, 2011

Eu e "mim"

Quantas vezes eu não concordo comigo mesmo? Quantas vezes desconfio do que fiz e, a final, acabo no mesmo ponto? Eterno retorno ou eterna constância?

sábado, fevereiro 05, 2011

The king's speech

"O discurso do Rei" impressiona pelas duas interpretações soberbas de Colin Firth e de Geoffrey Rush. Ficamos speechless ao vê-los e a dupla funciona com marcada qualidade. Mais ainda, com um humor muito british, como se impõe. Ver um simples zé-ninguém dar ordens a um monarca na década de 30 do passado século não é para qualquer um. A leveza com que Rush o faz é de sublinhar.
Firth tem aqui um dos seus melhores papéis. O modo como interiorizou a gaguez é brilhante, assim como o misto de fleuma e de sentimentos que assolavam o interior de réis ainda em adaptação às mudanças no Império e ao dealbar da II Grande Guerra.
Vale ainda como documento histórico, relatando o processo de abdicação de Eduardo VIII por via do desejo deste casar com Wallis Simpson.
Quase que se fica com pena dos monarcas... mas se pensarmos melhor, pena mesmo era do povo que não tinha as mesmas mordomias...
Nomeações bem merecidas aos Óscares! A ver vamos!

sexta-feira, fevereiro 04, 2011

Suveniirid

Suveniirid de Tallinn
Imagens do perfil da cidade com o Golfo da Finlândia ao fundo


Catedral Ortodoxa Alexander Nevsky



Interior e pormenor do menu do Restaurante Medieval "Olde Hansa"





... e a presença portuguesa em Tallin

quinta-feira, fevereiro 03, 2011

Early Night Posts (75)

“Esta é a história do nosso bairro, ou, melhor dizendo, estas são as histórias do nosso bairro. (…)
Aquele acontecimento aumentou mais ainda a tensão que reinava no bairro. O administrador temia sobretudo uma coisa: que os habitantes se apercebessem que a união deles constituía uma força poderosa para fazer frente ao futuuwat. Por esse motivo julgava necessário acabar com Rifa`a e com todos os que podiam tomar o seu partido.
(…)
Contudo porque será que o nosso bairro sofre de amnésia?
(…)
- Só pela força haveremos de limpar o nosso bairro da podridão dos futuuwat. – continuou Qasim – É pela força que haveremos de realizar a vontade do Fundador! É pela força que haveremos de fazer reinar a justiça, a compaixão e a paz! E a nossa força será a primeira a não ser tirânica! ”

Maguib Mahfouz, Os filhos do nosso bairro, Civilização Editora, 2009, p. 1, p. 217, p. 239 e p. 301.

A actualidade fez-me recordar esta obra de Maguib Mahfouz que conta a história do bairro do egípcio Gabalawi, em que se sucedem os administradores do waqf e os seus futuwwat, sob o flagelo do esquecimento num tempo para todo o sempre volvido.

terça-feira, fevereiro 01, 2011