quinta-feira, janeiro 29, 2009

Slumdog Millionaire


Tive o prazer de assistir ontem à antestreia de Slumdog Millionaire (2008), traduzido para cá por Quem Quer ser Bilionário? (vá-se lá saber porque não é «milionário»…; talvez seja pelos 20 milhões de rupias em jogo…), um aclamado filme nos Globos de Ouro e um dos candidatos aos Óscares para Melhor Filme e Melhor Realizador. Quanto a este último, depois de êxitos como Trainspotting e 28 Days Later, não é de estranhar que Danny Boyle tenha construído uma verdadeira obra-prima.

O enredo é relativamente simples: Jamal Malik é uma criança de um bairro pobre de Bombaim (mais tarde, Mumbai) que perde a sua mãe num ataque de uma horda selvagem ao local onde se encontravam todos, pelo simples facto de serem muçulmanos. A partir daí, à extrema pobreza material, junta-se o desnorte sentimental, ficando Jamal entregue ao seu irmão Salim, a quem se junta Latika, uma órfã que acede ao lugar de «terceira mosqueteira».
Relato fiel da degradação humana, do aproveitamento vil da pobreza, de uma Índia plena de contrastes, em que as crianças vivem e se alimentam do lixo, em que tudo é sujo e desordenado, o filme surpreende pelo paradoxo das cores alegres e vivas que ponteiam as trevas com a formidável esperança da luz. Esperança essa que se conjuga com um amor sem fronteiras de Jamal por Latika e que, em última análise, conduz à morte de Salim.

Os dois irmãos simbolizam o bem e o mal como respostas a um ambiente extremo de desfavor social, sendo um hino ao indeterminismo. Jamal não precisou de vencer um concurso milionário para sempre o ter sido. Por certo não em rupias, mas em sentimentos nobres, em noção do justo e do recto, em amor verdadeiro e descomprometido que, no fim, triunfa. Também aqui se denota um optimismo por vezes cândido e naïf do argumento (Simon Beaufoy) que ao espectador transmite um enorme sentido de paz.

Os olhos dos actores que representam Jamal (Ayush Khedekar) e Salim (Azharuddin Ismail) falam pela Índia e pelo mundo, no sentido de que não é tudo admissível neste planeta de horror globalizado. Os planos originais de Boyle ajudam a que vejamos a realidade sempre de uma outra perspectiva, mesmo que inclinada. As representações sinceras e despretensiosas de Dev Patel, Madhur Mittal e Freida Pinto mostram que Bollywood, neste domínio, tem coisas melhores que o original.

A banda sonora só tem um adjectivo: sublime!

Um sério candidato aos Óscares! É a minha aposta!

quarta-feira, janeiro 28, 2009

segunda-feira, janeiro 26, 2009

Deolinda na Casa da Música


O Ministro de Estado e das Finanças devia ter estado ontem no concerto da Deolinda na Casa da Música! Seria, estou seguro disso, um excelente bálsamo para a crise mundial e portuguesa que nos afecta!

Um exemplo de reinvenção da dita “canção nacional”, com toques de Madredeus aqui e além, fugas de rock e a encenação de um típico ambiente marialva lisboeta com naprons nas mesas (aqui substituídas por colunas de som) e só mesmo a faltar o cão de louça à entrada com a sua bela língua vermelha a cumprimentar as visitas.

E as letras marcam a nossa portugalidade (seja lá o que isso for...), com selecta ironia, com espírito crítico. A burocracia, o ir-não-ir, a revolução que fica na gaveta ("vão sem mim que eu vou lá ter...") - parece que nos miramos ao espelho.

Pena é que, naturalmente, sendo um projecto relativamente recente, Ana Bacalhau e os restantes membros da Deolinda não tivessem temas diferentes para os dois encores. Mas deu bem para a tantas vezes bacocamente selecta Casa da Música ver o público de pé a aplaudir e a gingar em fabulosos toques de ancas, em solene preparação para uma nova semana…


"Canção ao lado" na Casa da Música

Clandestino dos Deolinda.

Uma das belas canções do disco de estreia "Canção ao Lado".

Bendito direito português!

Os Stella Awards são prémios conferidos anualmente aos casos mais bizarros de processos judiciais nos Estados Unidos.
Têm este nome em homenagem a Stella Liebeck, que derramou café quente no colo e processou, com sucesso, o McDonald's, recebendo quase 3 milhões de dólares de indemnização...
Desde então, os Stella Awards existem como instituição independente, publicando e 'premiando' os casos de maior abuso do já folclórico sistema judicial norte-americano.
Este ano, os vencedores foram:

5º lugar (empatado):
Kathleen Robertson, de Austin, Texas, recebeu 780.000 dólares de indemnização duma loja de móveis, por ter partido o tornozelo ao tropeçar numa criancinha que corria solta na loja. A criança descontrolada era o próprio filho da sra Robertson...

Terrence Dickinson, de Bristol, Pensilvânia, estava saindo pela garagem duma casa que acabara de roubar. Não conseguiu abrir a porta da garagem, porque o sistema automático tinha defeito. Não conseguiu entrar de volta na casa, porque a porta já se fechara por dentro. A família estava de férias e o sr. Dickinson ficou trancado na garagem por 8 dias, comendo ração para cães. Processou o proprietário da casa, alegando que a situação lhe causou profunda angústia mental. Recebeu 500.000 dólares de indemnização.

4º lugar:

Jerry Williams, de Little Rock, Arkansas, foi indemnizado com 14.500 dólares, mais despesas médicas, depois de ter sido mordido pelo beagle do vizinho. O cão estava preso, do outro lado da cerca, mas ainda assim reagiu com violência quando o sr. Williams pulou a cerca e disparou repetidamente contra ele, com uma pressão de ar...

3º lugar:

Um restaurante de Filadélfia foi condenado a pagar 113.500 dólares a Amber Carson, de Lancaster, Pensilvânia, por ela ter escorregado e fracturado o cóccix. O chão estava molhado porque, segundos antes, a própria Amber Carson tinha atirado um copo de refrigerante contra o namorado, durante uma discussão.

2º lugar:

Kara Walton, de Claymont, Delaware, processou o proprietário duma casa de diversão nocturna por ter caído da janela da casa de banho, partindo os dois dentes da frente.
Tentava escapar do bar sem pagar a despesa de 3,50 dólares. Recebeu 12.000 dólares de indemnização, mais despesas dentárias...

E o vencedor:

O grande vencedor do ano foi o sr. Merv Grazinski, de Oklahoma City, Oklahoma.
O sr. Grazinski tinha acabado de comprar um Chrysler Motorhome Winnebago automático e regressava sozinho dum jogo de futebol.
Na estrada, activou o 'cruise control' do carro para 100 km/h , abandonou o banco do motorista e foi para a traseira do veículo preparar um café.
Como era de esperar, o veículo despistou-se, bateu e capotou. O sr. Grazinski processou a Chrysler por não explicar no manual que o 'cruise control' não permitia que o motorista abandonasse o volante. O júri concedeu-lhe a indemnização de 1.750.000 dólares, mais um Chrysler novo do mesmo modelo.
A construtora mudou todos os manuais de proprietário a partir deste processo, para se acautelar contra qualquer outro atrasado mental que comprasse um Chrysler.

O melhor amigo do homem

sábado, janeiro 24, 2009

Curtas sobre metragens - dois em um

Primeiro, “A Onda”.
Enquanto obra cinematográfica talvez não mereça um destaque especial. Mas, com uma linguagem singela e um tom experimental - talvez um pouco naif (para não dizer linear e redutor) - apresenta uma ideia interessante e dá o mote para uma reflexão que ultrapassa em muito a história que, no filme, é contada.
O repto é o estudo da Autocracia. A abordagem heterodoxa do tema por um professor de Ciência Política – que é também treinador da equipa de pólo aquático! – segue de perto o método científico-experimental.
Identificado o problema, a hipótese é formulada sem hesitações: o surgimento de um sistema autocrático na Alemanha actual é uma impossibilidade. A questão podia ser colocada relativamente a outro país ocidental (e foi-o, em meados do século passado, numa escola californiana, por um professor americano, numa experiência real que serve de base ao argumento do filme), mas ganha um significado especial naquele que ainda não esqueceu o seu passado fascista.
Com uma semana apenas para concluir o projecto, passa-se, de imediato, à fase experimental que confirmará ou infirmará a hipótese.
Alinham-se os elementos para uma criação controlada de um sistema autocrático. Identifica-se o ambiente propício: as más condições económicas e sociais, o desemprego crescente, a pobreza grassante, as injustiças várias, e ... a tristeza, muita tristeza. À míngua de alguns destes factores nas vidas dos jovens cientistas, servem, para o mesmo efeito, as suas famílias disfuncionais, os desequilíbrios emocionais, o vazio afectivo, as dificuldades escolares, os problemas de integração cultural e até o tédio gerado por conforto em excesso.
Depois elege-se democraticamente um chefe carismático a quem obedecer e exorta-se à adopção de uma postura alinhada, uma respiração controlada, e um ritmo cadenciado nos movimentos. Assim se ganha o Poder pela disciplina.
De seguida, há que promover a União. Um uniforme (camisa branca), um nome (A Onda, pois Tsunami pareceu exagerado) e uma saudação, potenciam o sentimento de pertença ao todo com anulação da individualidade.
Por fim, há que acrescentar o poder através da Acção.
Ora, aí o cadinho revela-se demasiado pequeno. A Onda galga as paredes do laboratório. Quem é capaz de escapar ao seu poder?
Os resultados acabam por ser desastrosos.
O filme acaba aí. Esquece (ou não?) as fases finais de interpretação dos dados e de extracção de uma conclusão.
No écran, a sucessão apressada de acontecimentos soa a demasiado artificial. É tudo muito simples, demasiado simples. Acontece tudo numa semana. Só na ficção! Talvez com mais tempo ...

Depois, “Vicky, Cristina, Barcelona”.
O novíssimo do Woody Allen agradou-me, mas não me deslumbrou. A tarefa de definir, em pouco mais de 90 m, o que é o amor, estava naturalmente votada ao insucesso. Apesar de serem muito mais minutos do que os 12 que durava o filme sobre o mesmo tema feito por uma das protagonistas (Cristina interpretada pela Scarlett Johansson).
Numa dicotomia à la “Sensibilidade e Bom Senso”, a comédia dramática oscila entre os méritos da estabilidade e da previsibilidade, por um lado, e a superioridade da aventura e da loucura, por outro (e aí entra o pintor Juan António apresentado por Javier Bardem, e sobretudo uma tresloucada Maria Helena muito bem interpretada por Penélope Cruz).
Apesar das boas interpretações, da comicidade permanente, do final curioso, e da cidade de Barcelona (e Oviedo, já agora!) como pano de fundo, parece faltar qualquer coisa.

sexta-feira, janeiro 23, 2009

Anna Ternheim - I say no

Curiosa arma...

A nossa jurisprudência tem destas coisas...
Veja-se o sumário do acórdão do Tribunal da Relação de Évora de 16/12/2008, publicado em http://www.dgsi.pt:

Uma bengala feita de “picha de boi”, que se sabe ter sido originariamente criada para vergastar o lombo dos animais na condução dos mesmos pelos campos e ainda como amparo ao caminhar do pastor (tal como a sua homónima de pau ou o cajado), mas a qual, pela curiosidade do material de que é feita e o aspecto que tem, foi sendo também progressivamente erigida como curioso objecto de artesanato característico de algumas zonas sobretudo do interior centro e norte do país continental e até objecto de decoração (independentemente do bom ou mau gosto da mesma, com o qual ninguém tem nada a ver) – o que justifica a respectiva posse –, podendo embora ser utilizada como meio de agressão, não pode ser havida como arma


Eis o link para os descrentes:

http://www.dgsi.pt/jtre.nsf/c3fb530030ea1c61802568d9005cd5bb/e6d7e5b9f22ea50d8025753f003e432f?OpenDocument

quinta-feira, janeiro 22, 2009

Inspiring quotes






A equidade está para a justiça como a causa para o efeito, ou seja, a justiça só pode ser a equidade explícita.


Denis Diderot, Direito Natural (artigo da Enciclopédia).

Rosa Alchemica



Alinho alguns trechos que mais me marcaram da leitura de Rosa Alchemica, Lisboa: Roma Editora, 2008, a obra (em edição bilingue) do místico William Butler Yeats (1865-1939), Prémio Nobel da Literatura em 1923:

Intensa análise d’«essa pequena, infinita, vacilante e eterna chama a que chamamos nós próprios» (p. 13). Visão do homem como «um momento que estremece perante a eternidade – a moment shuddering at eternity –, mas a eternidade que chora e ri por um momento» (p. 37). Entendimento do amor: «quando um homem ama com nobreza conhece o amor através da compaixão infinita, da confiança indizível, da afinidade eterna; se ama sem nobreza conhece-o através do ciúme intenso, da aversão repentina e do desejo insaciável; mas não conhece nunca o amor sem véu» (p. 57). Exorcizar aqueles que, como Aherne, o «quase-sacerdote», das belas-artes têm a ideia de que «foram enviadas ao mundo para arruinar as nações e por fim a própria vida, semeando por toda a parte desejos sem limites, quais archotes lançados sobre uma cidade em chamas». Entender o relativismo das preocupações mundanas (?): «Qual é a doutrina? (…) Alguma discussão medieval e inútil sobre a natureza da Trindade, que só serve para mostrar que muitas coisas que um dia abalaram o mundo não têm hoje nenhuma importância para nós?» (p. 75).

quarta-feira, janeiro 21, 2009

Bye Bush

Recado a Gago


Há coincidências fantásticas!
Na preparação de um artigo li Verdade e Vida de Miguel de Unamuno e descobri um recado que parece ter sido escrito para o nosso inefável Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago!
Ora vejam lá se concordam:

Séculos depois de Platão, outro excelso espírito, embora de têmpera diferente daquele, o chanceler Bacon, escreveu que "não se hão-de ter por inúteis aquelas ciências que não têm uso, sempre que agucem e disciplinem o engenho". Eis um sermão que se deve fazer diariamente - e por mim assim será -, naqueles países e entre aquelas gentes onde floresce o apreço pela engenharia, com desdém das outras actividades.
Miguel de Unamuno, Verdade e Vida, p. 9.

É mesmo tramado ter razão...

terça-feira, janeiro 20, 2009

Early Night Post (50)

" – Eu, Douglass Dilman, juro solenemente desempenhar fielmente o cargo de Presidente dos Estados Unidos e, tanto quanto me for possível, preservar, proteger e defender a Constituição dos Estados Unidos.
Deteve-se e olhou em seu redor desorientado, como se procurasse um amigo entre as pessoas presentes. A luz dos projectores fazia com que as testemunhas do quadro histórico tivessem um ar fantasmagórico. Ele baixara a mão direita e subitamente o presidente do Supremo, Johnstone, adiantou-se agarrou a mão direita de Dilman e abanou-a.
– Sr. Presidente – disse o presidente do Supremo – lamentamos profundamente a morte do nosso querido antigo presidente, mas a continuidade do governo e o bem-estar da nação devem estar acima de qualquer indivíduo nestes tempos perigosos. Compartilhamos convosco o duplo fardo – e que Deus o abençoe e proteja como o novo chefe executivo desta nação e como primeiro negro a tornar-se Presidente dos Estados Unidos."

Irving Wallace, O Homem, Livraria Clássica Editora A.M. Teixeira & C.ª (Filhos), 1972, 4.ª Edição, pp. 46 e 47.

domingo, janeiro 18, 2009

Subtilezas onomásticas

Mafalda

"Para memória futura" do concerto de ontem de Mafalda Veiga no Coliseu do Porto.
A cantora é das raras que ainda valoriza a profundidade das suas letras, mesmo que algo repetitivas. O público correspondeu numa sala apinhada com gente de idades muito diversas, o que só depõe a favor de Mafalda.
Pena é que a musicalidade - ao menos para mim - não seja mais variada...
Valeu bem a pena, com um encore grande... demasiado grande...
Fica aqui o "Cada lugar teu", também ao vivo.

sexta-feira, janeiro 09, 2009

quinta-feira, janeiro 08, 2009

Do meu e-mail


O Presidente de certa empresa, casado há 25 anos, está com uma grande dúvida:
fazer amor com a própria mulher, depois de tanto tempo de casamento,
é trabalho ou prazer?
Na dúvida, ligou ao Director-Geral e perguntou.
Por sua vez, o Director ligou ao Sub-Director e fez a mesma pergunta.
O Sub-Director ligou ao Gerente e fez a mesma pergunta.
E assim se seguiu a corrente de ligações até que a pergunta
chegou ao Sector Jurídico e o Advogado perguntou, como é normal, ao
Estagiário que estava todo atarefado a fazer mil coisas ao mesmo tempo:
- Rapaz, quando o Presidente da Empresa faz amor com a mulher
dele é trabalho ou prazer?
- É prazer, Doutor ! - respondeu prontamente o estagiário.
- Como é que você pode responder a isso com tanta segurança e
rapidez??
-... se fosse trabalho, já me tinham mandado a mim!

domingo, janeiro 04, 2009

O Silêncio de Lorna


O Silêncio de Lorna

O filme conquistou o prémio de melhor argumento em Cannes (Jean-Pierre Dardenne
Luc Dardenne). Talvez tivesse sido mais adequado o prémio de melhor meio argumento, uma vez que, sensivelmente a meio do filme, parece que os argumentistas foram para férias ou entraram em greve. Aquilo que começa por ser uma história de grande potencial dramático e real – o ilícito da venda de nacionalidade da U.E. a troco de um casamento forjado com uma albanesa que, após um matrimónio também ele falso, adquire a nacionalidade belga –, transforma-se numa vulgar historieta de traição e loucura.
Mesmo assim, as interpretações estão, em regra, a bom nível, em especial Arta Dobroshi, no papel de Lorna. Um semi-sucesso dentro de um semi-fracasso.

A Vida é que exagera


René Magritte, Ceci n'est pas une pipe, 1928-29.


A Vida é que exagera;

não estou assim tão mal!

Mesmo que me sinta ridículo

e abandonado ao deambular

por corredores de nenúfares em que

me afundo a cada passo.

A Vida é que exagera;

sinto-me muito melhor!

Ainda que alcance a rigidez

óssea do féretro eterno da tua

boca, que teima em fechar-se

e em ostentar raízes tuberculosas.

A Vida é que exagera;

vou melhorzinho, obrigado!

Mesmo que tenha o diafragma

nas têmporas e o sangue ofegante

nas veias em que venho encarnando.

Ainda que o escuro sadio

de todos me aparte e me transforme

em delfim do Ridículo;

mesmo que de mim rias ao

afagar cabelos desvitalizados

e dentes calvos.

A Vida é que exagera;

estou bom, venho curado!


Filipe Lamas