sexta-feira, outubro 14, 2011

Novos tempos



Gustav Klimt. Baby. 1917-1918, The National Gallery of Art, Washington, DC, USA.

O lento borbulhar das ondas

transportou-me às memórias de infância

em que sorrir e rir

eram fáceis como respirar,

em que correr e saltar

eram fáceis como gritar.

Do interior do búzio ressoante em que te

transformaste

permitiste-me regressar a esses tempos favoráveis.

Gostei de me rever de calção de menino

e de camisa à marinheiro,

sujo de terra e coberto de nódoas negras nos joelhos.

Senti carinho pelo que fui.

Não fiquei saudoso nem triste,

apenas verifiquei que se tratou de uma fase da vida

feliz.

Agora urge viver o que o dia de hoje me trouxe.

Melhor ou pior, não sei…

Apenas sinto que é um outro momento,

uma diversa configuração astral se perfila

para me desafiar.

E aos desafios respondo com verbos:

perseverar,

caminhar,

cuidar e, sobretudo,

Amar.


F.L.

5 comentários:

Inês Guedes disse...

Gostei mesmo muito. Sinto-me assim às vezes, só não o sei expressar de maneira tão bonita. Parabéns.

filipelamas disse...

Obrigado pela simpatia de sempre, Inês:))

Anónimo disse...

muito bonito...

Tiago disse...

:)

excelente...e eu lembro-me um bocadinho desse menino :)

filipelamas disse...

Estavas por perto, bro:) E como foi bom partilhar contigo ainda uma parte da minha infância! Tornaste tudo muito mais divertido! Assim como os outros dias que se seguiram e que se estão a desenrolar, irmão! Obrigado por isso:))