Voo para junto das águias
que miram o mundo de cima,
sempre em perspectiva vertical.
Desloco-me para junto dos ursos polares
que se alimentam da brancura do gelo
e da monotonia do silêncio.
Parto para junto de vulcões
onde sofro o vermelho da lava
e contemplo a terra irada, zangada,
aborrecida, estupidificada com a própria terra.
Venho para junto de ti
e apenas encontro quietude, um amparo amigo,
um beijo doce e terno, um afago que regenera,
um conselho que alivia as durezas do dia.
Fico em tua casa. Na nossa casa. Partilho
contigo coisas pequenas, pequeníssimas,
tão insignificantes que, no dia seguinte,
ao acordar e ao mirar de soslaio
o teu corpo nu e depois vestido,
essas minúsculas coisas parecem ser
– são-no, de certeza! –
o magma com que construímos alicerces
e a tinta muito viva com que pintamos
Esperança!
F.L.
1 comentário:
Obrigado, Carla:)
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