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Antes a bomba atómica! Medo! Que volte o escudo!
Deste-me uma segunda oportunidade
de viver:
não a desperdiçarei!
Pelo cantar dos pássaros,
pelas águas que ondulam,
pelas crianças que riem,
pelas mãos que afagam,
pelos abraços que consolam,
pelas mãos amigas que transbordam.
Tornaste-me mais forte,
mais ciente do que quero
e do caminho traçado.
Não prometo avenidas largas e soalheiras,
mas também não procurarei desvios esconsos.
Limitar-me-ei a ser um dos seres imperfeitos
que com os outros coabita.
F.L.
Somos as palavras que temos
e, no fundo, aquilo que tememos
é tão-só que não lembremos
que somente somos aquilo que sofremos.
F.L.
Numa noite imprevisível
surpreendi-te de mala feita
e em longínqua viagem interior.
Acolhi-te com sentimentos de misteriosa
felicidade mascarada de tristeza
pela ausência de um certo olhar.
Carregavas nos olhos um desalento,
um estar farto de tudo e todos,
uma desilusão com o género humano.
Todo ele, sem excepção.
Alimentei a presunção de ser diferente,
de te conseguir cativar,
de te fazer saborear a beleza humana.
Julguei ter, ao menos, captado um esgar de atenção.
Pensei, ingenuamente, que um laço forte
nos passou a unir.
Quem me mandou julgar,
quem me autorizou a pensar?
F.L.
Caros e caras amigo/as
Contamos com a tua presença!