segunda-feira, janeiro 31, 2011

Hereafter - Outra vida

Hereafter - Outra vida. Enternecedor diálogo de como lidamos com a morte. Esse tabu supremo que nos acomoda ao desconhecido final. Estórias que se entrelaçam e que, como num "puzzle", acabam por fazer sentido no final. Dor e sofrimento sem sentido que, afinal, terão algum. Apenas algum. Não concebo grande sentido na morte de um filho, de um pai ou de um/a companheiro/a de toda a vida.
Alegoria do efémero, do fraquíssimo significado do "sucesso". Inquietação sobre a mudança (tudo muda!).
Bem realizado, excepto no que toca aos efeitos especiais: muito artificiais.

Janelas

Há uma frase que me tem "incomodado": temos de abrir janelas para a felicidade. Se isso não for possível, ao menos que se abram frestas. Mas se se puder abrir portas de par em par, então tudo vale a pena.

sexta-feira, janeiro 28, 2011

Impressões

É impressão minha ou estamos a assistir a uma aplicação da lei do tabaco cada vez mais descuidada, ao contrário do que parecem ser as intenções da DGS? Cada vez que saio à noite, são mais os bares em que se fuma e a extracção é péssima...
Já estava desabituado do cheiro a tabaco impregnado na roupa e no cabelo...

quarta-feira, janeiro 26, 2011

Modernices


Não me consigo deleitar com a música contemporânea para órgão que ouvi no passado dia 21 de Janeiro, na Igreja da Lapa. Jean Guillou, de quase 81 anos é mundialmente conhecido e, provavelmente, o melhor executante vivo de órgão. É admirável assistir à sua arte, ainda por cima em tão vetusta idade. O pior são as suas composições... Não consigo gostar. Lamento. Sei que não deve ser muito "intelectual", mas é o que temos...

Cópia certificada

De Abbas Kiarostami, com Juliette Binoche, William Shimell e Jean-Claude Carrière nos principais papéis, surpreende pelo modo quase inusitado como termina. Uma teia de rotinas de amor, um fingimento de uma relação que não existe mas que, nessa mesma inexistência, se torna tão real porque igual a tantas relações desgastadas.
Um constante jogo documental do que se cobra entre amantes, das picardias e das grandes arrelias, aqui e além polvilhado por um humor francês?, italiano?, do Médio Oriente?

1974

Valeu a pena passar pelo Teatro S. João e ver a peça "1974", criada pelo "Teatro Meridional" e encenada por Miguel Seabra.
Os quadros retratam o Portugal antes e depois do 25 de Abril. Revemo-nos todos em tantos pormenores da nossa história colectiva. Ficamos abismados com a fraqueza dos actuais dias (o último quadro diz respeito à adesão à então CEE), agarrados aos telemóveis e aos demais bens de consumo, deambulando à toa pela cidade.
Excelente representação de um elenco de actores jovens, que dominam com mestria a movimentação em palco, o corpo e a criação de distintos sentimentos, desde a alegria da Revolução à apatia do neoliberalismo.

quinta-feira, janeiro 13, 2011

Desconcerto

Viver desconcertado

com a aurora da manhã,

com o sol da tarde,

com as estrelas da noite.

Passear pela cidade e

contemplar edifícios decadentes,

prédios luzidios e funcionais.

Deambular pelos rostos:

fartos de viver, uns,

sedentos de vida, outros,

irradiando calor, uns poucos,

encantados pelo bicho da vida, todos.

Por entre desabafos, sussurros e gritos,

ecoa um plano superior,

uma gaivota desagrilhoada no infinito,

um barco que faz cócegas ao horizonte,

uma criança que nos desarma a sorrir.

Contrastes, inquietações, sentimentos

poderosos de ter e não ter,

de poder e amar.

[Amar é poder ou somente poder amar?]

F.L.