segunda-feira, setembro 24, 2007

Geração


Grant Wood (1891-1942), Daughters of Revolution, 1932, Cincinnati Art Museum, The Edwin and Virginia Irwin Memorial

Geração desencontrada,
desirmanada,
sedenta de Messias
cativantes em altares de fortuna
oscilantes e do género humano
desconfiada.

Ergue-te, ó petrificada!
Acumula em armas as quinas
da História que carregas!
Faz dela viva seiva edificante!
Ultrapassa os comuns lugares
e aspira a um País a sério.

Não! Não aspires!
Há séculos que nada mais fazes
que esperar não seja, sebastianicamente,
cavaquêsmente, socraticamente.
Tempo é de agir herculeamente!

Verás, enfim,
que se não mudaste de geração,
gerado foste em ambiente mais irmanado:
o Panteão dos Deuses infindos
escancarado está; não para o eterno descanso,
mas para o debuxo intermitente de plano
gizado por um geral construtor
que com tudo brinca e vai gargalhando
em sonoros pinchos de bola multicolor
saltitante.

F.L.

1 comentário:

Anónimo disse...

Após muito tempo de ausência, cá estou eu de volta..

Esse espírito patriótico é contagiante sr filipelamas.. Gostei! Continua assim e, ainda acabas por erguer do tumulo um Afonso Henriques ou, qualquer outro desses gigantes da pátria..

Mas, só uma pergunta: quem é que ainda espera socraticamente...?