The Children, Franz Defregger.
Olhar d’enfado,
pedaços de tiras de gente
que s’amaina
num mar de fadiga
sobreposto
em entreposto
de mar salgado e verdejante
em sulcos escarpados de gente
que se acotovela para ver
o comboio passar.
A família que habitualmente
não vejo, mas da qual me sinto
próximo
por indizíveis laços de sangue
que reconhecem um olhar,
um tique, um dizer
que nos é comum.
Falámos de entes partidos,
mais ou menos queridos,
mas que nos conferem unidade,
em diversidade
de vidas que se não encontram,
excepto em casamentos, baptizados,
funerais ou eventos semelhantes.
Neles sou o rei da festa
pra evitar à margem estar
com aquele esgar que sinto em
meu irmão inquieto, maldisposto.
Beijos, abraços, promessas d’encontro
até ao próximo jantar ou almoço
ou simples lanche d’encontro.
Até lá seguimos em caminhos
paralelos
e jamais belos.
Os que partiram ficam aplacados
e os que cá estão deixam de cansados
estar,
de fazer de conta que não sabem amar.
F.L.
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