Nas rubras fitas conjuguei o verbo amar.
Na tua capa preta rasguei o luar.
Do teu traje fiz sol e lua
onde sou coisa tua.
Na cartola escrevi Saudade,
pela bengala jurei só Verdade.
Nas lágrimas que hoje vertemos
condensamos tudo o que escondemos
ao longo de espinhos e mágoas,
risos, caretas e águas
límpidas de ribeiros imaginários
onde não há lugar pra corsários
que roubam sonhos infantis
a miúdos rechonchudos e pueris.
o tempo é nosso!
Dá-me o teu
verso que é nosso!
Não há fontes, nem prantos,
nem medo dos entretantos.
O futuro é incerto,
mas não é breu!
Armado com a capa,
o mundo é teu!
Deixa as fitas transportar
a foz eterna pró mar!
F.L.
4 comentários:
Como futuro é incerto... Mas, naquela altura, o futuro não nos ocupa a mente. É simplesmente um momento de profunda alegria conjugado, sabe-se lá como, com a tristeza de deixar para trás aqueles que foram, muito provavelmente, dos melhores anos da nossa existência!
Belíssimas palavras conjugadas na perfeição!
No tempo as imagens passaram,do passado para o futuro sendo sempre fugaz, o presente a vida pintada pelo poeta com a expressão que só ele sabe dar, um bom momento de inspiração e para reflexão....Muito obrigado Filipe
"Esvoaça o sorriso": que ideia bonita!
(E como agradecer as palavras tão simpáticas deixadas no Fotoescrita? Fico muito sensibilizada.)
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