sábado, abril 14, 2007

Lições de Dublin


No centro de Dublin, na movimentada O'Connell Street, há uma estátua que prende a nossa atenção.
Um homem de braços erguidos, em posição de orador e de guia de multidões parece interpelar-nos e exigir-nos mais do que uma simples passagem por uma cidade de que se aprende a gostar, principalmente pela afabilidade das suas gentes.
Trata-se de James (Big Jim) Larkin (Séamas Ó Lorcáin - 1876-1947), importante fundador do movimento sindicalista do Éire e impulsionador do Dublin Lockout de 1913 que esteve na base, para além de uma multiplicidade de outros factores, da independência da Irlanda, em 1922, com a entrega do poder, no Upper Yard do Castle of Dublin, por parte do Vice-Rei (representante da coroa do Reino Unido) a Michael Collins, do então recém-criado Estado Livre da Irlanda.
Mais do que o movimento sindicalista, mais do que o apoio à revolução bolchevique e os ensinamentos da doutrina comunista que Larkin foi beber nos EUA (valendo-lhe uma condenação em pena de prisão, entretanto parcialmente perdoada), de entre os muitos discursos inflamados deste nacionalista (porventura hoje tido como terrorista...), há uma frase que se encontra numa lápide aposta na dita estátua e que trouxe gravada em letras que não quero esquecer:

Les grands ne sont grands que parce que nous sommes à genoux: Levons-nous!


Ní uasal aon uasal ach sinne bheith íseal: Éirímis!


The great appea
r great because we are on our knees: Let us rise!

O francês, o gaélico e o inglês dão uma dimensão ainda mais universal a uma verdade em si mesma comum a toda a Humanidade.

5 comentários:

SONY disse...

Já aprendi algo: obrigada!
..AGORA VOU TER DE ME PIRAR DA NET!
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.NOTICIAS DA VIAGEM!VIM A CORRER!
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BJ SONY

x disse...

que vontade me deu de viajar!ter essas pequenas surpresas que ficam para sempre, que nos fazem demorar mais naquele bocadinho de mundo concreto.gostava muito de ir a Dublin, e sem dúvida que o texto ainda nos impele mais a ir. a frase faz sentido. anda na cabeça uns quantos dias. já sei como sou, vai andar.* obrigada pela partilha constante.

rtp disse...

É verdade! Trata-se de uma estátua "viva"! É impossível ficar indiferente ao mote que Larkin nos propõe. É impossível passar por este monumento sem responder ao apelo que ele nos dirige! Aqueles braços exortam-nos a um despertar que devemos trazer para o quotidiano. A força das palavras que lá se encontram inscritas é extraordinária, tão extraordinária como a verdade que elas encerram. Desconhecia Larkin e os seus feitos. Passei a admirá-lo e fiquei com uma imensa vontade de saber mais coisas sobre ele e sobre a história da Irlanda.

. disse...

Estranha coincidência... Dublin é uma das cidades que fazem parte da minha lista «a visitar antes de morrer», e encontro-me a ler, ainda por cima, a obra de James Joyce - Dubliners. É uma cidade que me parece carregada de história e onde creio que vá sentir ainda uma certa mística dos tempos antigos.
"When you remember that Dublin has been a capital for thousands of years... it seems strange that no artist has given it to the world"

rocky disse...

Não conhecia a estátua, mas as letras nela gravadas dizem-me muito. Não devemos limitar-nos a eleger «heróis» nos quais delegamos toda a bravura, inconformismo e força empreendedora. Devemos ser nós a tomar as rédeas do nosso futuro!