Celebrar o “Dia da Mulher” é cumprir gostosamente um dia do calendário. Cumpri-lo com a convicção, mediada pela razão e pela emoção, de que a Mulher é, na verdade, um ser mágico, quase sagrado. Mais do que relembrar as mães de todos nós – esteios de Vida e fontes de Vida –, festejar este dia é reconhecermo-nos, a nós homens, perante seres semelhantes e, por isso, complementares.
Dir-se-á que a melhor ode à Mulher seria não haver necessidade de se instituir o seu Dia. Porventura assim será. Contudo, não tendo medo do “cliché”, dias da mulher (e do homem) são-no todos.
Na Mulher densifica-se o género humano. As costelas de Adão deveriam ser, na verdade, das partes mais nobres do seu corpo, a acreditar no narrador bíblico. Nunca um conjunto de ossos foi capaz de dar origem (mítica e metaforicamente) a um ser relacionado com a sensibilidade, o amor e a beleza. Por certo são atributos que não se adequam a todas as mulheres (ou homens). É o problema dos estereótipos que, mau grado as suas intrínsecas debilidades, contêm a virtualidade de funcionar como traves-mestras do pensamento, quantas vezes enganosas, mas produtoras da segurança mínima que todos respiramos para viver.
Dia da Mulher, Dia do Homem. Humanidade que se celebra e ao celebrar-se recorda que, lá no fundo, haverá uma hipótese de ser estruturalmente boa.
Os beijos, as flores, os gestos, as palavras, os olhares de hoje terão um sentido adicional. Saibamos aproveitá-los!
quinta-feira, março 08, 2007
Dia da Mulher
Paul Gaugin, Femmes de Tahiti (sur la plage), 1891, Musée d'Orsay, Paris.
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11 comentários:
E, para celebrar, vou proceder com as mulheres exactamente da mesma forma que procedo todos os outros dias...
Os sócios da Sociedade Portuguesa de Frenologia gostaram do post mas sentiram-se discrminados.
Gostei do texto... E obrigada pelas palavras ao género feminino!
Bonitas palavras. Não gosto muito de "dias de". "Dia do cão", "Dia do coração", "Dia da mãe", acabam por ser essencialmente estimuladores de ímpetos consumistas. Contudo, dado o facto de ainda existir discriminação contra o sexo feminino talvez faça sentido. Felizmente no nosso país cada vez menos. E, mesmo não apreciando os "dias de", confesso que acabo por sentir um pouco o dia.
Eu deixo um beijo, uma flor, um abraço sentido a todos homens e mulheres, á Humanidade que deverá unir-se para celebrar a Unidade que deverá ser celebrada, hoje e sempre.
Beijos de luz serena.
No dia da Mulher - o que quer que isso seja - não podia deixar de citar deixar esta verdade insofismável dita por Margaret Tatcher:
"If you want anything said, ask a man. If you want something done, ask a woman." ;)
Aproveito também este comment para agradecer as simpáticas palavras do blogger Filipelamas e dos comentadores, avançando desde já a contratação (que, diga-se, envolveu quantias astronómicas) de Marc Moulin para o Vol. II do Best of!
Quanto ao dia da mulher, só posso parafrasear "ela", dizendo que me desagradam os mimos datados!
Quanto à contratação de Marc Moulin, apenas posso dizer à Thumbelina que continuo a juntar trocos... apenas para os cigarros. As contratações são por conta da editora!!!! :-)
Bem... para que conste... desagradam-me os mimos datados, quando generalizados! Para calar certas interpretações abusivas! ;-)
Porque o teu texto é de uma honestidade melódica que só pode vir de uma pessoa (homem, mulher... que interessa?) grande.
O meu bem haja.
muito obrigada pelo comentário. é bom saber que alguém lê ;)
no dia da mulher, a pessoa que me vem logo ao pensamento é a virginia woolf, minha escritora de eleição. porque na maior parte das suas descrições respira-se a 'mulher' de uma forma única, bela e de algum modo real.lembro-me da descrição de clarissa dalloway e identifico-me. parabéns pelas tuas palavras, são bonitas, suaves e afaváveis, como mulher sabe-me bem lê-las, como ser humano fazem-me sorrir.parabéns.
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