terça-feira, março 13, 2007

Depósito



Chama-se "Depósito. Anotações sobre densidade e conhecimento". Traz à luz um conjunto de objectos variados que se encontravam escondidos (e por isso, de alguma forma perdidos, ou despidos da sua "densidade" como valores do conhecimento) em várias Faculdades da Universidade do Porto.



Parte deles povoam, agora, o átrio principal da Reitoria da Universidade do Porto.

Outros encontram-se na primeira sala que aparece a quem entra pelo "átrio de química". A ideia que subjaz à sua arrumação é deveras interessante. Numa parede coberta de estantes, peças muito diferentes perfilam-se lado a lado, segundo uma "ordem de complexidade". No fundo aparecem manifestações da maior simplicidade natural (rochas), a que se vão seguindo outras ilustrativas da vida e da morte, muito mais intrincadas. Num plano superior surgem os produtos da actividade cultural, culminando nas obras geradas por uma laboriosa e aturada tarefa de investigação: as últimas cinco teses de doutoramento das várias Faculdades. Vale a pena pegar num dos exemplares de binóculos que lá se encontram pendurados para perscrutar esses brilhantes frutos do intelecto humano. ;-)
Interessantes peças originais, criadas propositadamente para a exposição e que se encontram numa plataforma inferior, completam a exposição.
Passando nas proximidades da Reitoria da UP (da Praça dos Leões ou da Cordoaria), vale a pena uma breve visita. Até 30 de Junho.

13 comentários:

rocky disse...

Também já espreitei alguns recantos da exposição. Vale a pena a visita.

Joaninha disse...

Desconhecia tal exposição!... Registei para uma futura visita!

Nilson Barcelli disse...

Parece uma ideia interessante.
Se for ao Porto vou passar lá (há tanto tempo que não vejo os leões... nem as leoas...).
Obrigado pela informação.
Um abraço.

Claudia Sousa Dias disse...

Gostei particularmente da montra dos insectos!Ainda não fui ver mas como estou a fazer aquela colecção da Planeta Agostini tenho-me interessado cada vez mais pelo tema.

Já lá tinha ido ver uma exposição sobre minerais de que gostei muito...

Beijos


CSd

filipelamas disse...

Tenho mesmo de passar por lá!

DomingonoMundo disse...

Considerando o que tenho aturado, levo a minha falta de romantismo ao mais extremo dos extremos... Por trás do que parece ser um momento de estetização da ciência deve estar, na verdade, uma estratégia de eliminação de recursos no âmbito do processo de Bolonha!

rtp disse...

Vale uma visita se se estiver na zona!
Quanto à razão de fundo desconheço. Espero, apenas, que os temores de domingonomundo, apesar de bem fundados na realidade circundante, não sejam verdadeiros.
Acrescento que uma das obras "criadas" propositadamente para a exposição reproduz um microcosmos, onde se encontram seres vivos. Entre eles: uma cobra (que havia desaparecido de vista no dia em que lá fui - mas estava devidamente aprisionada: ufff!)e um lagarto (que é assaz fotogénico ou, então, fez o favor de posar para mim, sabendo-me lagarta! :-)) - hei-de postar essa foto!). Leões não há... só os da fonte! :-)

Anónimo disse...

Quem não tenha tempo de ir ver a exposição, pode sempre visitar qualquer uam das faculdades da UP e apreciar as peças de museu que todos os dias se passeiam pelos corredores, tipo Parque Jurássico...

rtp disse...

Are you talking to us, Thum..., oh sorry, Seteven Spielberg???? :-/

Toutinegra Futurista disse...

Ainda que possa ser discutível (tomando como válidas os apontamentos de domingonomundo e de s.spielberg), parece-me extremamente interessante. Pena que os bastantes quilómetros que me separam fisicamente do sítio não me permitam a visita. Fica vista, pelos vossos olhos.

Anónimo disse...

vou passar lá na sexta-feira. parece-me realmente interessante e há muito que queria tirar umas fotografias à praça dos leões. obrigada pelo apontamento. :)

GBN disse...

Também já lá fui! Primeiro, e a medo, perguntei ao segurança se os binóculos lá estavam para o óbvio, ou se era uma daquelas instalações hiper-realistas que fariam soar um alarme mal lhe metesse as mãos em cima. O dito senhor deu uma sonora gargalhada e depois disse triunfal: "faz favor, é para ver as coisinhas". Sorri de esgar lembrando-me daquela frase que fundou o fauvismo (parmi les fauves). Lá espreitei por um dos binóculos. "Afina-se ao meio nessa rodela", sugeriu o vate! "Pois", respondi, ainda mais impressionado com a sagacidade do homem. Adensei-me na coisa. Começei por cima e pelo lado direito - a secção das teses. Curiosidade: a primeira tese que consegui focar (muito mal porque àquela distância a tremura natural do corpo quase não deixava descortinar as letras nas lombadas dos livros - é a Tremura dos Trinta!) foi a da Professora Ana Prata. E logo cheirei o perfume do seu cachimbo como se estivesse no anfiteatro lá em baixo no Campo Alegre numa aula de Introdução ao Direito. Acometido desta memória afectiva apeteceu-me dizer ao cavalheiro fardado que aquela tese tinha sido escrita por uma senhora que havia sido minha professora. Mas quando olhei para o homem ele continuava rir-se de mim e desisti da ideia. Continuei a saga pela prateleira de baixo dedicada à História com artefactos do Paleolítico e do Neolítico. Segui pela Medicina onde se pode ver uma secção de um útero grávido, uma cabeça, uma perna e umas mãos e uns modelos horríveis de doenças dermatológicas... Sob a mesa(?) junto à fila de binóculos umas instalações (verdadeiras) de artistas convidados pela reitoria. Uma múmia (muito pobrezinha) do Antigo Egipto. Um conjunto de bolas de futebol (?). Todo o cenário me pareceu uma instalação, a começar e a acabar com o referido cavalheiro, mordaz e perspicaz nas sugestões. Todo ele uma peça, todo ele "un fauve". "Depósito" - pensei alto na saída quase de encontro aos bidões negros com o logótipo da Universidade - Boa ideia, tenho de levantar dinheiro!"

rtp disse...

Ainda bem que foi ver, gbn! Só para nos dar o prazer de ler esta magnífica descrição da experiência! :-)