Blood Diamond, Diamante de Sangue
Realização: Edward Zwick
Elenco: Leonardo Di Caprio, Jennifer Connelly, Djimon Hounsou
Argumento: Charles Leavitt
EUA, 2006
Sítio oficial: http://blooddiamondmovie.warnerbros.com
O filme não exagera o tom do chamado “comércio justo”. Sendo certo que, quase no fim, quando Solomon Vandy (Djimon Hounsou) está em Londres onde vende o valiosíssimo diamante rosa que havia achado como escravo numa mina
Di Caprio impressiona pela positiva. Danny Archer revela-se um filho de África na verdadeira acepção da palavra: “TIA” (This is Africa) é o mote que o leva a entrelaçar o seu sangue com a terra vermelha daquele continente esquecido e alvo da cobiça do mundo. Uma interpretação de muito bom nível, bem trabalhada e cheia de antíteses: o outrora soldado idealista da Rodésia (actual Zimbabwe), entretanto mercenário sem escrúpulos, transforma-se em alguém que, por via de uma jornalista americana (Maddy Bowen – Jennifer Connelly) que ainda acredita na mudança do mundo, é capaz de um gesto final de altruísmo, também ele motivado por Solomon, no filme seu retrato oposto. Merecida a nomeação para melhor actor principal.
O drama das crianças-soldado é muito bem captado, por intermédio de Dia, filho de Solomon que, depois de ser raptado por um grupo de revolucionários (RUF), o transforma em “homem”, o enche de ideais sem sentido e o transforma em joguete nas mãos daqueles que da sua própria terra somente querem dinheiro e poder.
Na verdade, o mal de África é a enorme riqueza que nela existe.
5 comentários:
Do filme - que é um bom filme - retive, para além da história, do alerta premente para a humanidade, da qualidade das interpretações que valeram (merecidamente) as nomeções para melhor actor principal e secundário, uma frase dita por Archer - num momento em que o dilema sobre a sua actuação futura relativa ao diamante o corroía (rectius corrompia). Perguntado se as pessoas são boas ou más, responde que as "pessoas são só pessoas". As suas acções é que são (por vezes) boas e (muitas vezes) más!
Palmas para o nosso Eduardo Serra, num trabalho muito diferentes daquele que nos tem habituado!
uma surpresa, sem dúvida. mas eu dava o Oscar ao DiCaprio pelo The departed.
É bem provável,a julgar pelos relatos de várias pessoas que conheci e que já viveram em várias regiões desse continente.
Beijos
CSD
Há coisas curiosas, caro Sr. Filipe. No mesmo dia em que vi esse filme, eram divulgados em Paris números avassaladores: 250 mil crianças-soldado foram recrutadas, em 2006, para cenários de guerra em todo o Mundo. Não menos chocante foi saber-se que a Grã-Bretanha também obrigou 15 crianças a brincar aos soldados no Iraque, realidade confirmada por escrito pelo ministro da Defesa, Adam Ingram.
preciso ver. Está na lista...
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