sábado, dezembro 16, 2006

Eros


Lovesick Phaidra (fragmento de vaso grego), c. 350 a. C., British Museum, Londres.

Eros espreita a mofar,
Editando um portentoso gnoma;
Fica o Homem a idolatrar
O seu próprio genoma.
Tem-se o produto por abnóxio
Inscrito em tom de amonite.

Deixai Eros perpassar
E construir o seu santor!

Genuflexório da alma,
Candidato ao abismo,
Coração numa palma
Hasteada em truísmo.
Eis o Amor em bruto estado
Em um corpo sublimado!

Deixai Eros perpassar
E construir o seu santor!

F.L.



2 comentários:

rtp disse...

Depois do celebrado regresso do nosso poeta, ele não pará de nos surpreender. Se surpresa há, em mais um belo poema, irmanadao com muitos aqui já publicados!
Há surepresa, sim! Este, em virtude do tema e da qualidade com que é tratado, merece um lugar especial na obra de filipelamas.
Depois de Cronos, aparece uma ode a Eros. Ora, um desafio interessante - e facilmente superável - era o de o nosso ilustre poeta se dedicar à mitologia grega. Desbravar o domínio dos titãs - Créos, porque não? - e o dos deuses olímpicos: Zeus, Poseidon, Apolo ... sem esquecer as deusas femininas: porque não Afrodite ... no seguimento de Eros ... :-)

rtp disse...

Bem ... Errata:
onde se lê " pará" deve ler-se "pára";
onde se lê "irmanadao" deve ler-se irmanado;
onde se lê "surepresa" deve ler-se "surpresa".

A emoção da perspectiva de uma teogonia composta por vários poemas mitológicos de filipelamas toldou-me o entendimento (ou melhor o teclado!).:-)