As fundações do Ser
Deambulam em namoro prazenteiro
Com a origem de um nome:
Designativo em si oco, inominado,
Que se impregna na pele
E nos não larga.
Podia, contudo, ser outro.
Tantas vezes uma espécie de oposto.
O acaso sem ocaso despertou
E de um monte inerte de letras
Modelou uma identidade.
Entidade que está em nós
À espera de ser descoberta e de descobrir.
Identidade porque na substância
O húmus de que bebemos
É idêntico.
Identidade e Diversidade:
Cascas de um ovo partido por mãos experientes
Que só em conjunto delimitam um conteúdo
Tantas vezes central como a gema,
Tantas outras lateral e fugidio como a clara.
Identidade é um dia em que a consciência do corpo
Se junta em coro uníssono e afinado
A uma alma que não quer ser
Mas aspirar a ser.
Idêntico a todos?
Sim, porque não?
F.L.
2 comentários:
Grande parte das "crises de identidade" desencadeiam-se na fraqueza dessas "fundações do ser", na falta de consciência de si, e na procura ávida da consciência dos outros.
Identidade no dicionário é definida como qualidade, carácter do que é idêntico, igualdade mas também, quase por antítese, é sinónimo de individualidade.
Por isso é muito mais do que um designativo, é a conjugação válsea destes opostos - idêntico, autêntico - que bem coordenados engrandecem muitos seres.
Concordo pois contigo: "sim, porque não?"
E que bela reflexão a tua, HS! Sê sempre bem-vinda a este cantinho que é também teu!
Beijos.
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