segunda-feira, setembro 25, 2006

Porto-pedra


Porto, Abreu Pessegueiro.


Inspiro em sonho o cinzento do Porto.
Dos Guindais contemplo a ponte,
Com a Ribeira em baixo de tom absorto.
De imediato, a Serra do Pilar no topo do monte.
O rio dormente de caudal nervoso
Leva-me à Foz velha de ruas sinuosas.
Identifico casas de perfil pomposo
E becos e ilhas mirando duvidosas.
Enfim, o Bolhão, decrépito e gasto,
Com pregões de voz esganiçada,
Compõe o suave pasto
Em que em rebanhos há gente esperançada.

Porque gente é a seiva do Porto vivido;
Pensar o contrário é delírio assumido!

F.L.

2 comentários:

rtp disse...

"Porque gente é a seiva do Porto vivido." Lindo!

Anónimo disse...

Descreveres o PORTO assim, é fazeres-me saudade e lembrar que mais nenhuma cidade é assim, unha com carne com a sua gente....Bem hajas por escreveres tão bem esse sentimento profundo e único, mais uma vez obrigado pela partilha, e muitos parabéns por mais este lindo poema.
Um abraço