O retomar da parceria entre José Peixoto e Maria João gerou o CD "Pele", inteiramente gravado na cidade do Porto. O trabalho editado em Abril deste ano percorre os caminhos, sempre estimulantes, da World Music.
Nele brilha a guitarra tocada por aquele que já foi músico dos Madredeus e a voz camaleónica de Maria João. São onze canções que merecem ser ouvidas com atenção para saborear os poemas de Eugénia de Vasconcellos e, sobretudo, os de Tiago Torres da Silva (Não deixes o tempo para depois/ Não deixes o fado por desatar/ dentro do sol há milhões de outros sóis/ que dão à lua apenas um luar/ não deixes que as minhas mãos vazias procurem outras que não as tuas/ ...).
O resultado discográfico é interessante. Gostei em particular de "Que nome posso Ter", "Milhões de sois" e "Sei melhor". Parece-me, no entanto, que, pelo menos, ouvido de uma assentada, apresenta um registo um pouco monótono e tristonho.
Ganha mais brilho no palco. A pele torna-se outra, encorpada pela presença física dos músicos. Pude constatá-lo quando, em finais de Julho, na Casa da Música, assisti, na primeira fila à apresentação do CD. Aí, em boa companhia, senti-me transportada para um sem número de outras paragens, umas mediterrânicas, outras orientais, algumas tribais ... Maria João inventa sonoridades. A sua voz epidérmica, ora sussurra, ora se confunde com a percussão. E tudo faz sentir à flor da pele.
Agora que o Outono se aproxima sabe bem recordar esse concerto de Verão, para me despedir da pele morena com pingos de sol.
Nele brilha a guitarra tocada por aquele que já foi músico dos Madredeus e a voz camaleónica de Maria João. São onze canções que merecem ser ouvidas com atenção para saborear os poemas de Eugénia de Vasconcellos e, sobretudo, os de Tiago Torres da Silva (Não deixes o tempo para depois/ Não deixes o fado por desatar/ dentro do sol há milhões de outros sóis/ que dão à lua apenas um luar/ não deixes que as minhas mãos vazias procurem outras que não as tuas/ ...).
O resultado discográfico é interessante. Gostei em particular de "Que nome posso Ter", "Milhões de sois" e "Sei melhor". Parece-me, no entanto, que, pelo menos, ouvido de uma assentada, apresenta um registo um pouco monótono e tristonho.
Ganha mais brilho no palco. A pele torna-se outra, encorpada pela presença física dos músicos. Pude constatá-lo quando, em finais de Julho, na Casa da Música, assisti, na primeira fila à apresentação do CD. Aí, em boa companhia, senti-me transportada para um sem número de outras paragens, umas mediterrânicas, outras orientais, algumas tribais ... Maria João inventa sonoridades. A sua voz epidérmica, ora sussurra, ora se confunde com a percussão. E tudo faz sentir à flor da pele.
Agora que o Outono se aproxima sabe bem recordar esse concerto de Verão, para me despedir da pele morena com pingos de sol.
8 comentários:
Boa noite Filipe,
Sempre com bom gosto até na música, este Cd na minha modesta opinião é do melhor que foi editado durante este ano.
A voz de Maria João como sempre sedutora e sensual.... Os belos Poemas como destacas e bem os de Tiago Torres da Silva, só por si, a música poderá parecer monótona e triste, mas será só quando se ouve uma vez ....depois de a saborearmos bem, entramos nela e toca-nos os sentidos como a poesia que nela está envolvida.
Obrigado pela partilha
Um abraço
Caro azulebranco,
Concordo contigo, o filipelamas tem muito bom gosto até na música.
Mas este post não é do filipelamas. É meu, ie, da rtp. (o outro memebro deste blog)
Aproveito também para te dizer que o filipelamas não é do Sporting. No futebol, ele (aliás como tu), não tem assim tão bom gosto. ;-) A Sportinguista do blog sou eu.
Correcção: não sou o outro "memebro", mas o outro membro do blog. :-)
"Agora que o Outono se aproxima"... "despedir da pele morena com pingos de sol..." Não quero! Quero mais 2 meses de Verão e ficar ainda morena para o resto do ano. Será que o CD me realiza esses desejos impossíveis? ;)
Oh, Joaninha, também eu! :-(. Snif, snif ...
Faz-me tanta falta o sol, a praia, a pele morena...
Posso garantir-te que o cd não realiza esses sonhos, mas pode ajudar a ultrapassar os dias pálidos que se avizinham.
Sem dúvida. Intensidade de sons e de emoções na voz inconfundível de Maria João, de que aprendi a gostar. Há vozes tão densas e complexas que necessitam de tempo para serem interiorizadas. Ainda bem, num tempo de imediatismo.
obrigado! um abraço
tiago
Não tem de agradecer. Procurei apenas fazer justiça à beleza das suas palavras. Os poemas são, de facto, muito belos!
Vou estar atenta ao novo blog com letras suas que já foram musicadas!
Grata pela visita a este modesto cantinho!
Abraço
rtp
Enviar um comentário