domingo, novembro 27, 2011

Fado

Apenas há um ou dois anos é que me apaixonei verdadeiramente pelo fado. Não por todo, mas por aquele que mais me toca, a começar por Amália e Carlos do Carmo e continuando por Mariza, Mafalda Arnaut, Carminho ou Camané.
Não se explica este gosto, como porventura nenhum outro. Não me parece também que seja sinónimo de estar a ficar mais velho, verdade tão evidente quanto insofismável. É, isso sim, uma parte da nossa maneira de ser. Não pela tristeza e inevitabilidade de um destino trágico. Nada disso. É uma forma de sentir apaixonada, intensa, que sublinha tudo em traços muito grossos e que nos faz sofrer muito, mas também ser muito felizes.
Enquanto verdadeira expressão de um povo, cuja alma capta em muitas das suas dimensões, não pode deixar de ser património imaterial da Humanidade. Mesmo que o não seja, ele já o é no lugar mais importante: no coração de quem o ama. É pouco? É demais.
Exemplo disto é a emoção de Mariza ao cantar "Gente da minha terra", tão apropriado nos tempos de verdadeira crise (há fome no nosso País!) que atravessamos.

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