Num correr de cordas de violino desfiei a minha vida. Altos e baixos, montanhas russas, paisagens portuguesas, aspirações universais. Contemplei a Natureza e não estavas lá. Virei-me para as construções humanas e tudo me soava a oco. Recorri a Deus e o conforto inicial desembocou em desencanto. Rodeei-me de gente, muita gente. Festas, contactos, redes. De amigos e de Amigos. Ouvi Grieg, Bach, Elgar, Rachmaninov e em todos descobri uma constante: a Busca. Sigo hoje buscando em me buscando. Porventura será um caminho sem fim, uma estrada sem retorno ou mesmo um poço sem fim. Nada tenho a temer. Levo-te ao e no peito qual cintilante luzidio em estrela polar convertida. Carrego-te ao peito. És a minha cruz gostosa e benfazeja.
5 comentários:
A poesia (em prosa) mais fina que li (e senti) nos últimos tempos!
Thank you!
Propositadamente oculto a minha identidade para possibilitar ao meu caro Amigo a oportunidade de equacionar o número de potenciais autores deste comentário e confortar-se com a íntima revelação de que são eles incontáveis :)
Um grande abraço!
Obrigado aos dois.
Caro anónimo: não exagere nas palavras:) Apesar de saberem sempre bem:)
Grande texto caro Amigo (pelo menos para mim és com "A grande"). Embora às vezes ache que não sou muito disponivel, embora o gostasse de o ser mais, como tu o és para mim. Enfim, lamechices, nada como um cheiroso e frutado branco da nova-zelândia para nos rirmos ;). Abraço
Acho que a música chama-se Canon e é de J. Pachelbel. O Bach não entra aqui... Abraço
Sem dúvida anónimo. O youtube é que tem destas coisas.
Enviar um comentário