sábado, outubro 20, 2007

Comunicado

REAL ATESTADO

Dom Professor Doutor Mestre Arquitecto Engenheiro Honoris Causa, pela Graça do Senhor Marquis, Ministro dos Assuntos Culturais do Reino do Forno, faz saber e atesta, para os fins tidos por convenientes, que:

a) As expressões “farrucada” e "landreira", apesar de não terem o mesmo exacto signifcado, pertencem à mesma família semântica, indicando, de modo genérico:

i) gente fraca, de baixo nível, mal-educada, barulhenta, incapaz de se comportar de acordo com as regras básicas do trato social.

b) Sublinhe-se que "farrucada" é um nome colectivo, como em, v. g., "que farrucada ali vem!". As suas origens históricas encontram-se numa época em que estava na moda no Reino do Forno falar somente o francês e aqueles que não o sabiam eram segregados do convívio social. Como existia, a crer nos anais de D. Pêro Andrade e Couto, cronista-mor do séc. XV, um cão na corte de nome "Farruco", por corruptela, dado que o animal não falava francês (ou outra língua conhecida), em tom pejorativo e desdenhoso, essas pessoas inadaptadas socialmente passaram a designar-se por "farrucada". Com o decurso do tempo, o significado actual manteve-se próximo do original.

c) O termo "landreira" designa uma mulher suja, mal-arranjada, que não sabe cuidar da lida da casa, em geral gorda, matrona. Advém do termo "landras" que, nos animais, são acumulações de sujidade junto aos pêlos, o que transforma em verdadeiros nós esses pedaços da cobertura dos bichos. Também é usado, ainda hoje, por similitude, para designar o borboto das camisolas de lã e de outras peças de vestuário. Diz-se, pois "vou tirar as landras a esta camisola, pois a landreira da tua mãe nem isso sabe fazer!" (uma típica sogra que se dirige ao neto e assim demonstra enorme carinho pela nora).

É o que se nos oferece dizer a propósito da consulta solicitada e a que, com a magnanimidade do Senhor Marquis, nos foi ordenado que respondêssemos.

Guarde-se um exemplar deste atestado no Real Arquivo Linguístico Fornense e enviem-se cópias a todos os Reinos da COMUVAMA.

Visto pelo Senhor Marquis, que não assina porque manda dizer que Lhe não apraz.

Dado no Palácio das Carrancas, Sede do Ministério dos Assuntos Culturais, aos vinte dias do mês de Outubro do A.G. do Senhor Marquis de dois mil e sete, festa de Santa Teresinha das Ameixas, Padroeira dos Oprimidos (ao nível do trato intestinal).


Dom Professor Doutor Mestre Arquitecto Engenheiro Honoris Causa.
Ministro dos Assuntos Culturais do Reino do Forno

3 comentários:

Anónimo disse...

LOOOOOOOOLLLLLLLLLLLLL

:)

rtp disse...

:-)))))

Joaninha disse...

Para quando um dicionário em formato papel?