segunda-feira, março 19, 2007

Porto de Vista Esclarecida (VIII)


Gbn voltou a acertar! Parabéns! E este desafio era bem mais difícil do que os anteriores. De facto, trata-se de um segmento do conjunto de painéis de azulejos que revestem a parte interior do tecto de uma espécie de arcada do Palácio Atlântico, onde se encontra a sede do Millenium.
Este edifício, numa posição privilegiada, mira, sobranceiro, a Praça D. João I. Do seu lado direito situa-se o Teatro Rivoli. Do outro é delimitada pela Rua Sá da Bandeira.
E que posso eu mais fazer a não ser citar Gbn?
No painel fotografado, "A imagem representa o Deus Neptuno, filho de Saturno e de Reia, irmão de Júpiter e de Plutão, Deus do Mar; e a sua Mulher Anfitrite, filha de Nereu (Deus do oceano) e de Dóris. Foi primeiramente considerada deusa do Mediterrâneo, mas este domínio alargou-se depois aos outros mares.
O autor é Jorge Nicholson Moore de Barradas (1894-1971) natural de Lisboa. Pertenceu à primeira geração de modernistas portugueses. A última fase da sua pintura é marcada pela viragem para uma tendência surrealista.”
Resta acrescentar que este pintor, ilustrador, ceramista, gravador e escultor realizou trabalhos de cerâmica para muitos edifícios públicos e particulares em Portugal (por exemplo, os painéis do Palácio da Justiça de Lisboa (1969)) e no estrangeiro (por exemplo, o frontal de altar cerâmico para a Igreja de Santo Eugénio em Roma).

4 comentários:

GBN disse...

Oi eheh! Já mereço um rebuçadinho! Na realidade poucas pessoas conhecem esses azulejos já que a estranha localização (escondidos no tecto dessa espécie de arcada)impede que sejam devidamente apreciados. Confesso que há muito me fascinam esses paineis. São de uma policromia assinalável. Mas o verdadeiro motivo do fascínio é aquele sentimento semelhante ao de encontrar um tesouro de tão dissimulados que eles vivem. Talvez por ser um pouco cabeça no ar descobri há já alguns anos esses paineis... Esta "rubrica" tem a virtude de nos obrigar a olhar com olhos de ver. "Se podes olhar vê. Se podes ver, repara".

filipelamas disse...

Este gbn não dá hipóteses! E sempre a dar-nos lições memoráveis! É ele quem nos ensina, afinal!

rtp disse...

É verdade, gbn!
Também em mim estes azulejos sempre exerceram um fascínio especial. Desde pequena que me perco a olhá-los. Em cada passagem, parecia descobri-los. Olhava como que para me certificar que ainda lá se encontravam. Talvez por temer que o tesouro, como lhe chama, apesar de escondido, tivesse sido descoberto e levado por uma mão saqueadora.
Curiosa foi a operação de fotografá-los! Dada a sua posição e a distância a que se encontram, foi muito difícil captá-los com o devido pormenor. Era necessário um “zoom” elevado o que prejudicava a nitidez. Revelou-se muito difícil manter a máquina absolutamente imóvel, com os braços esticados, apontando o tecto da arcada. Muitas fotos desfocadas depois, dei a operação por terminada. Bem... ossos do ofício. ;-)

joão marinheiro disse...

Conheço sim...Ainda este sábado lá passei debaixo...Que pena ter chegado atrasado...Ando sempre atrasado.
Abraços.