Sem título, Mário Cesariny, 1969, Fundação António Cupertino de Miranda.
Sem licença pedir.
Instalou-se em espaços inertes
E cresceu à custa de húmus de Fados.
Copiou emoções,
Armou-se de inteligentes defesas,
Vestiu a húmida pele do desencontro
E foi ficando a um canto do Ser.
Ganhou carta de alforria
Na linfa da corrente
Do sangue enfeitiçado
Pelos glóbulos de promessas vãs.
Entranhou-se nos ossos,
Calcificou as lágrimas.
Do seu nome pouco se diz saber:
Apenas que era curto,
Como curto é tudo o que corta cerce
O trevo que verde ameaça nascer.
Em ti, simplesmente Voragem.
F.L.
3 comentários:
Sem dúvida que os génios se renovam e sua genialidade perece.
Boa noite amigo Filipe, mais uma vez e por muitas palavras que diga, serão sempre curtas, poeta é poeta, Cesariny é grande poeta, obrigada por essa homenagem, obrigado por essa lembrança.....um abraço
Sim, de facto Cesariny era enorme. Mas aqui fica uma homenagem à sua pintura. As desinspiradas palavras são minhas, não vão pensar mal do grande poeta. Abraço
Enviar um comentário