«Oxalá que aquele a quem o meu "Esclarecimento" for parar às mãos e tiver paciência de lê-lo me considere doido, ou um colegial, ou, antes de mais, um condenado à morte, ao qual pareceu, logicamente, que todas as pessoas com excepção dele dão muito pouco valor à vida, desbaratam-na com demasiada ligeireza, aproveitam-na com demasiada preguiça e desvergonha, e que portanto, não a merecem, todas elas até à última! (...) O que importa é a vida, apenas a vida - o processo da sua descoberta, initerrupto e eterno, ...»
Dostoiévski, "O Idiota", Editorial Presença, pp. 407 e 408.
8 comentários:
Esta transcrição fez-me lembrar os 4 dramatículos de Beckett da peça "Todos os que falam": o que distingue os Homens é a circunstância de uns acordarem todos os dias para a vida - os doidos, claro! - e de outros, sonambulando, morrerem todos os dias um pouco mais.
Para além de ser um personagem de um livro/filme, o que significa Sang Diû?
É uma das personagens do livro de Phillippe Claudel "A neta do Senhor Linh", que ando a ler!
Ora, Sang diû é precisamente o nome da neta. Na língua da terra do Senhor Lihn e do seu filho (pai da Sang diû), aquele nome significa (e nessa terra todos os nomes têm um significado)"Manhã Doce". Foi esse sentido que tive em mente.
No país "sem odor" para onde o Senhor Linh foge e onde se refugia com a sua neta, após a morte do seu filho e da nora, em consequência de uma guerra devastadora que grassava na sua terra, Sang diû significa "Sem Deus". Mas, nesse estranho país, para espanto do Senhor Linh, os nomes não significam nada.
Estou a adorar o livro e, dentro em breve tecerei tecerei comentários com "mais propriedade". :-)
Ficamos todos a aguardar o balanço final da leitura que a RTP tem em mãos...
Com essa explicação deixaste-me ansiosa pela crítica literária. Fico à espera.
Bem, bem... no que eu me fui meter! Com tão doutas amigas à espera do que eu diga sobre um livro tão poético!
E tudo por causa da escolha de um nome que quadrasse com uma fotografia de que gosto muito e que eu tirei, há já algum tempo atrás, não numa manhã doce, mas num fim de tarde quente! :-)
Apetece-me parafrasear o nosso "povo" (não sei bem o que isto é...): "não custa viver, mas saber viver"...
Voces comentam-se uns aos outros. Grande livro. Recomendo também Os Irmãos Karamazov.
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