sábado, outubro 07, 2006
Mozart e Lopes-Graça no São Carlos
Ao fim dos anos e das horas é um ciclo de música em homenagem a Lopes-Graça, Mozart e Shostakovitch. Começou ontem no São Carlos, na capital e por lá estive.
O teatro merece uma visita, em especial para contemplar o camarote real.
A Orquestra Sinfónica Portuguesa (OSP), sob a direcção de Yaniv Dinur, começou por interpretar Die Maurerfreude e Eine kleine freimaurer-Kantate, ambas de Mozart. O barítono Luís Rodrigues esteve genial, com profissionalismo e alma. Só com profissionalismo, o tenor Mário João Alves. Boa execução da OSP, sob uma direcção algo imatura, mas com muito pulso sobre a orquestra, o que é algo de paradoxal se atentarmos na jovem idade do maestro.
A segunda parte foi preenchida com Dom Duardos e Flérida, de Lopes-Graça. A peça é demasiado longa e chega mesmo à monotonia. Valeu a magnífica interpretação do Coro do Teatro Nacional de São Carlos, que conseguiu encher a sala de um doce embalar e de um enlevo só com alguma comparação na voz inigualável do narrador Luís Miguel Cintra. Nota muito negativa para a fraquíssima qualidade do castelhano da contralto Maria Luísa Freitas. Com tão poucas falas podia ter treinado a língua. É certo que estávamos em Lisboa, mas Lopes-Graça escreveu em castelhano.
Registei a ligação quase «política» entre Mozart e Lopes-Graça. Afinal, os extremos sempre se atraem…
Na Casa da Música, no dia 31/10, a não perder, pela mesma orquestra e coro, Mozart (Sinfonia n.º 38, K. 504 «Praga») e Lopes-Graça (Requiem pelas vítimas do fascismo em Portugal).
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2 comentários:
Sim! Aplausos fortes e especiais para Luís Rodrigues e para o coro.
Uma referência apenas para o apagamento que a espaços as vozes sofriam pela parte instrumental e que não parecia intencional nem adequada.
E um conselho para quem não conheça a sala: os lugares próximos do palco não apresentam boa visibilidade.
Boa dica! Nunca ficar nas 1.ªs filas do São Carlos e, já agora, evitar olhar para o lado... Pode haver cenas eventualmente chocantes...
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