quarta-feira, julho 05, 2006

Só(neto)


Rosto enrugado em pergaminho
Da miséria e ventura humanas.
Corpo manchado pelo caminho
Que tu, Enfermidade, ora ufanas!

De olhar perdido e encontrado
No suave torpor em que medes
O acre Destino amado;
A Paz que enfim pedes.

– Olha, filho, que água tão pura!
– É Agosto, avó…
(Se ao menos as palavras fossem cura…)

É a minha oportunidade de ser neto,
De retribuir em gesto
O esboço do teu projecto!

3 comentários:

Poesia Portuguesa disse...

Lindo!!

filipelamas disse...

Obrigado pela palavra imerecida! Foi um pema sentido sobre um problema que vivo de perto.

Woman disse...

Eu sei o que vives, permite-me pensar assim e dizê-lo...

Um beijo