René Magritte, Os amantes, 1928, Museu de Arte Moderna, Nova Iorque.
Nos teus olhos azul,
na tua boca vermelho,
da tua alma alvo branco.
As cores da paleta do Pintor
acolhem-se a ti em sinfonias,
em bebedeiras de carícias,
em gestos de amorosa tirania.
Dos teus olhos azul,
da tua boca vermelho,
na tua alma branco alvo.
Quando estás longe
uma parte de mim também parte,
esconde-se em montanhas longínquas
onde pássaros do frio esvoaçam
sem rumo, ecoando nesse voo
a falta de ti.
Dos teus olhos azul,
da tua boca vermelho,
da tua alma branco alvo.
Não morres quando fecho os olhos.
Há uma luz ténue que, resoluta,
teima em queimar o pavio com chama.
A luz não me autoriza a dormir,
mas quem precisa de perder tempo
quando ama?
F.L.
2 comentários:
Muito lindo esse poema.
Genial
Muito obrigado, meu caro!
Abraço!
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