Salvador Dalí, A persistência da memória, 1931, MoMA, Nova Iorque.
Estancou o tempo.
O nosso amor ordenou a suspensão de Cronos.
A História conheceu um intervalo
único e irrepetível.
Os voos dos pássaros congelaram,
as folhas das árvores deixaram de ondear,
as ondas dos mares petrificaram,
os sorrisos cristalizaram-se em lábios arqueados,
o choro susteve-se, mantendo as caras feias.
O grito do mundo cessou,
as musas deixaram de respirar.
Tu e eu,
naquele abraço eterno
fizemos tudo isto.
Sem processos científicos complexos,
sem decomposições atómicas,
sem tecnologias de ponta.
Apenas com dois corpos que se unem,
com lábios que se entrelaçam,
com vontades soerguidas que tudo podem,
ao menos naquele instante.
Alimentamo-nos de instantes,
bebemos o efémero,
aspiramos ao inconstante, ao diverso, ao que é novo.
Seremos loucos por assim proceder,
seremos pouco avisados por tanto confiar,
seremos humanos por tanto amar.
Sim, seremos tudo isto!
Ser louco, pouco avisado e humano
é o nosso Destino!
Embarquemos nele!
F.L.
4 comentários:
Boa tarde amigo, fico mesmo sem palavras, o sentir todos os sentidos desse momemnto (dos vários)com tanta força e beleza...é mesmo poesia e ímpar.
Obrigado pela partilha,
Sorriso grande e abraço
Devo confessar que gostei imenso de "parar" nesse tempo. Para mais, enquadrado pela genialidade de Dali de quem sou grande fã!
É um prazer estar de volta e a ver se é desta que subsisto… pois de tanto Depenado, o Mocho acabou por morrer!
Espero bem que volte e que permaneça connosco:)
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