Numa noite imprevisível
surpreendi-te de mala feita
e em longínqua viagem interior.
Acolhi-te com sentimentos de misteriosa
felicidade mascarada de tristeza
pela ausência de um certo olhar.
Carregavas nos olhos um desalento,
um estar farto de tudo e todos,
uma desilusão com o género humano.
Todo ele, sem excepção.
Alimentei a presunção de ser diferente,
de te conseguir cativar,
de te fazer saborear a beleza humana.
Julguei ter, ao menos, captado um esgar de atenção.
Pensei, ingenuamente, que um laço forte
nos passou a unir.
Quem me mandou julgar,
quem me autorizou a pensar?
F.L.
2 comentários:
:)
excelente!!
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