Wassily Kandinsky, Conjunto multicolor.
Dá-me um pouco de azul! Não te peço muito!
Apenas que me mires com o espelho do teu olhar.
Dá-me um tudo-nada de verde.
Sempre me interessei por entretecer cores misteriosas
com debruadas lantejoulas de vestidos em corpos subtis.
Dá-me um bocadinho de castanho! Do claro, acobreado.
Daquele matiz com que naturalmente o teu cabelo pintado foi.
Ouvi dizer que é a tonalidade mais sincera.
Uma cor pode ser sincera?
Ainda que os respectivos portadores nem sempre o sejam?
Dá-me algo de branco!
Da tua aura em geral.
Exalas tranquilidade
por cada poro delicado da tua pele de neve vestida.
Como anseio o branco… onde repousar após cada batalha
do acordar-deitar.
E… sim,
dá-me uma pincelada de negro,
apenas para o quadro real tornar.
Não que tenhamos de viver o e no negro, mas convém tê-lo ao pé.
Será como aqueles unguentos que perdem validade por falta de uso.
E lembrar-nos-á a felicidade que temos…
juntos!
F.L.
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