terça-feira, julho 12, 2011

Contextualizar



René Magritte, The son of man, 1964.

À procura de respostas no interior de nós próprios encontramos pedaços de coisas do passado. Uns doces, outros agridoces, uns quantos amaros de todo. Todos, porém, parte de nós. Não somos só deuses nem apenas diabos. É esta a nossa natureza, tantas vezes de difícil aceitação. E que felicidade imensa aceitarmos as nossas imperfeições, esforçando-nos por corrigir aquelas que podemos e devemos alterar! Em nós e naqueles que amamos. Não tenhamos o receio paralisante de contemplar os nós negros, os estilhaços de sangue, as obras mal conseguidas. Sem elas não seríamos o que somos hoje. Dir-se-á que, porventura, seríamos então melhores? O que é ser melhor? Não que se advogue aqui um relativismo inconsequente, mas também não se pode viver obcecado pelo que se poderia ter feito melhor. Fizemos o que nos pareceu, na altura, o mais apropriado, dadas as condições e a informação disponível. Tal como no julgamento da História, também na nossa história/estória pessoal a localização espácio-temporal é um dado essencial de análise. Não o percamos de vista!

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