“Esta é talvez a primeira e mais importante característica de qualquer obra-prima: criar no leitor o impulso evangélico de a partilhar. Alguns livros oferecem-se em silêncio, selando uma união mística mediada pela palavra de outro alguém. Noutros casos, o livro é transferido com as cicatrizes de uma leitura prévia, talvez por se temer que ao recipiente escape o que pensamos ser o melhor da obra, ou para sublinhar o que nela é memória do que já se viveu em comum.”
João Lobo Antunes, A minha aventura com o D. Quixote, in Numa cidade feliz, Gradiva, p. 179.
Sem comentários:
Enviar um comentário