“Muitas vezes pensando nele, mais tarde, frei Petar não podia recordar com exactidão nem a hora nem como chegara ao seu lugar, e muito menos o que dissera na altura. Quando se trata de pessoas com quem mais tarde ficamos próximos, normalmente esquecemos todos os pormenores do primeiro encontro; parece-nos que desde sempre as conhecemos e que desde sempre têm estado connosco. De tudo isso, na memória às vezes surge apenas uma única imagem, vaga e confusa. (..)
A conversa começou espontaneamente. As conversas assim são as melhores. A princípio, algo como uma saudação, palavras escassas e indeterminadas que se procuram e se apalpam. (..)”
A conversa começou espontaneamente. As conversas assim são as melhores. A princípio, algo como uma saudação, palavras escassas e indeterminadas que se procuram e se apalpam. (..)”
Ivo Andric, O Pátio maldito, Cavalo de Ferro, 2008, p. 40-44.
3 comentários:
Muito muito bonito. E verdadeiro.
Gosto bastante do quadro, sendo que o impressionismo não é o estilo pictórico que eu prefiro....
Sem tempo para terminar o mais extenso "A ponte sobre o Drina", passei ao mais pequeno "O Pátio Maldito", também de Andric, e nele encontrei várias passagens muito interessantes, de significado muito profundo. Esta é uma delas - também senti particularmente a verdade que nela se encerra. :-)
Também eu gosto especialmente deste quadro, Duarte. :-)
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