Não sou um iberista como Saramago ou, segundo o próprio disse há já algum tempo, embora as suas afirmações jamais (tem de ser lido em francês) possam ser levadas à letra (fragilidade do elemento literal da hermenêutica linguística?), tão-pouco como Mário Lino. Contudo, não padeço também de espanholite aguda, herdada de traulitadas em Aljubarrota ou de um vírus que assolou esta ditosa Pátria entre 1580 e 1640.
Sou, na verdade, um português que gosta da sua Terra e que, por isso mesmo, sofre com tudo aquilo que fazemos (rectius, não fazemos) dela. Talvez devido a este pragmatismo patriótico, como gosto de o apelidar, sinto um sincero desejo de aprender com quem, em vários domínios, faz mais e melhor.
É facto notório (e provado, mesmo com o paladar) que nos alimentamos de Espanha, literalmente falando: o País de Cervantes (rectius, o País que, ao invés de ridículos acordos ortográficos, sabe conviver com a multiplicidade de modos de falar espanhol ou castelhano – a doutrina divide-se...) serve-nos carne, peixe, legumes e fruta. Mais: permite-nos passar fins-de-semana alegres e descontraídos (?!) no El Corte Inglés, viajar pela agência do mesmo grupo, vestir Zara, Cortefiel e similares.
O reduto da cultura - sem desprimor para os sempre enormes nomes da literatura espanhola, tirando Almodóvar -, não havia chegado – ao que sei – ao cinema de thriller intenso. Pois, mas Espanha não dorme e não se perde em discussões estéreis sobre as razões profundas pelas quais não se passa dos quartos-de-final de um campeonato da Europa de futebol, sobre se a expressão Dia da Raça é ou não adequada, ou sobre se o Cristiano Ronaldo vai ou não para a capital do País vizinho…
Vejam O Orfanato (realização de Juan Antonio Bayona) perdão, El Orfanato (o El faz toda a diferença!) e digam-me qualquer coisa.
Sim, de facto era sobre o filme que me havia proposto falar... Mas isto de ser português tem destas coisas… Acabei por desfiar caracteres sem dizer nada.
Moral da história: um típico dia português proveitoso e bem passado!
Sou, na verdade, um português que gosta da sua Terra e que, por isso mesmo, sofre com tudo aquilo que fazemos (rectius, não fazemos) dela. Talvez devido a este pragmatismo patriótico, como gosto de o apelidar, sinto um sincero desejo de aprender com quem, em vários domínios, faz mais e melhor.
É facto notório (e provado, mesmo com o paladar) que nos alimentamos de Espanha, literalmente falando: o País de Cervantes (rectius, o País que, ao invés de ridículos acordos ortográficos, sabe conviver com a multiplicidade de modos de falar espanhol ou castelhano – a doutrina divide-se...) serve-nos carne, peixe, legumes e fruta. Mais: permite-nos passar fins-de-semana alegres e descontraídos (?!) no El Corte Inglés, viajar pela agência do mesmo grupo, vestir Zara, Cortefiel e similares.
O reduto da cultura - sem desprimor para os sempre enormes nomes da literatura espanhola, tirando Almodóvar -, não havia chegado – ao que sei – ao cinema de thriller intenso. Pois, mas Espanha não dorme e não se perde em discussões estéreis sobre as razões profundas pelas quais não se passa dos quartos-de-final de um campeonato da Europa de futebol, sobre se a expressão Dia da Raça é ou não adequada, ou sobre se o Cristiano Ronaldo vai ou não para a capital do País vizinho…
Vejam O Orfanato (realização de Juan Antonio Bayona) perdão, El Orfanato (o El faz toda a diferença!) e digam-me qualquer coisa.
Sim, de facto era sobre o filme que me havia proposto falar... Mas isto de ser português tem destas coisas… Acabei por desfiar caracteres sem dizer nada.
Moral da história: um típico dia português proveitoso e bem passado!
3 comentários:
É um bom filme, mas não excelente. É muito mais um romance, um conto sobre o amor maternal, do que um filme sobre o sobrenatural ou de terror, embora tenha dado uns valentes saltos na cadeira do cinema. Para mim 4 estrelas (em cinco). No entanto é muuuuito refrescante ver um filme tão bom sem ser em inglês, não fica em nada atrás dos de holywood.
É um dos filmes que mais me desperta curiosidade nesta época. Ainda não o fui ver mercê duma época de exames bastante animada.:)
Mas se isto for o iniciar duma nova tendência, então vou começar a ver muito cinema falado em castelhano.
Chegou a ver o "REC", que ganhou o Grande Prémio do Fantasporto 2008?
A ideia está longe de ser original, tanto a nível temático como estético, mas é um exercício de horror extremamente eficaz - Já não via um filme do género que fosse realmente perturbador há bastante tempo, e por isso acho que o prémio foi merecido. Esperemos que seja o início duma nova tendência que inspire os cineastas do lado de cá. "Comercial" não tem de ser sinónimo de "medíocre", que é a ideia que a crítica pseudo-especializada geralmente vende.
Pedro Soares
Concordo com o CMOliveira.
Obrigado pela visita às minhas fracas aventuras. Não andam muito entusiasmantes mas são o que são.
Um abraço à equipa do T & L.
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