sábado, fevereiro 16, 2008

There Will Be Blood


É mesmo verdade que é excelente não termos todos os mesmos gostos, mas uma tão grande diferença já começa a preocupar…

There Will Be Blood (realização de Paul Thomas Anderson, 2007) está apontado como grande candidato ao Óscar de melhor filme e de melhor actor principal, entre outras categorias. Quanto a mim, imerecidamente.

O argumento é sofrível (do realizador, baseado no romance Oil, de Upton Sinclair); contar-se-ia num instante, sem necessidade de tantos minutos. É exacto que a representação de Daniel Day-Lewis é muito boa, contudo não a caracterizaria como surpreendente ou sublime, atenta uma certa homogeneidade de conteúdo e de expressões que podiam bem ser mais diversificadas tendo em conta a personagem construída. Ficou-me a impressão de que mais tempo de interiorização de um lunático explorador de poços de petróleo (Daniel Plainview) não teria sido prejudicial.

A fotografia não desmerece e a banda sonora tem o dom de criar momentos de «suspense», embora irrite aqui e além.

Mensagens de sempre: ganância, glória, a conquista do Oeste e a podridão que o vil metal pode infundir, os sentimentos cruzados, a religião como máscara de charlatanice, o aproveitamento do homem pelo homem…

Enfim, para tanta publicidade exigia-se, em meu entender, mais sumo (ou mais sangue…).

Sítio oficial: http://www.paramountvantage.com/blood/

5 comentários:

Amândio Sereno disse...

Pois é, isto do cinema é muito bonito e tudo mais, mas ainda há um dicionário alternativo para resolver, há coisa de um mês. :-)

A ver se o "No country for old men" é melhorzinho.

Thumbelina disse...

Já pra não falar nos (vários) momentos Manoel de Oliveira ...

Valeu pela companhia ;)

Liliana Borges da Costa disse...

amigos, acabadinho de ver na última sessão da meia noite...
a banda sonora é assustadora e o filme é demasiado longo mas vale a performance do DDL, embora não no seu melhor.
beijos,
lbc

rtp disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
rtp disse...

Concordo com as sábias palavras de filipelamas!
A história tem pormenores interessantes, mas perde-se na lentidão do ritmo empregue a contá-la. E, apesar da duração do filme, parece que falta qualquer coisa no retrato que procura registar.
A interpretação do Daniel Day-Lewis merece destaque, mas parece-me que não tanto quanto tem sido propalado!
A propósito do conselho de que ele precisava mais tempo para interiorizar o papel, li numa crítica cinematográfica - demasiado positiva, diga-se - que o processo de preparação foi, neste caso, de 3 anos...