"- Daniel, não podes contar a ninguém o que vais ver hoje. (...) Bem vindo ao Cemitério dos Livros Esquecidos, Daniel. (..) Este lugar é um mistério, Daniel, um santuário. Cada livro, cada volume que vês, tem alma. A alma de quem o escreveu e a alma dos que o leram e viveram e sonharam com ele. Cada vez que um livro muda de mãos, cada vez que alguém desliza o olhar pelas suas páginas, o seu espírito cresce torna-se forte. (...) Neste lugar os livros de que já ninguém se lembra, os livros que se perderam no tempo, vivem para sempre, esperando chegar um dia às mãos de um novo leitor, de um novo espírito. Na loja nós vendemo-los e compramo-los, mas na realidade os livros não têm dono. Cada livro que aqui vês foi o melhor amigo de alguém. Agora só nos têm a nós, Daniel, achas que vais poder guardar este segredo?
(...) Daí a pouco, assaltou-me a ideia de que atrás da capa de um daqueles livros se abria um universo infinito por explorar (...).
(...) Um segredo vale o que valem aqueles de quem temos de guardá-lo."
(...) Daí a pouco, assaltou-me a ideia de que atrás da capa de um daqueles livros se abria um universo infinito por explorar (...).
(...) Um segredo vale o que valem aqueles de quem temos de guardá-lo."
Carlos Ruiz Zafón, A sombra do vento, pp. 13 -15 e 21.
6 comentários:
Atrás de cada livro lido está uma história do leitor. Quantas vezes associo um livro a uma época, com pessoas, cores, cheiros, emoções. E de repente eles são arrumados, como as pessoas, em prateleiras mais ou menos catitas. Vou pegar hoje num desses livros do fundo da estante. Será uma visita a um velho amigo que não vemos há muito tempo. Teremos assunto?
Não li esse livro, mas a capa é belíssima e, por si só, um grande motivo para o ter.
A obra é-me desconhecida, mas esse pequeno trecho como que resume a essencialidade do significado que esse objecto peculiar representa para quem o aprecia. Muitos mundos para visitar, muitas vidas para viver, muitas realidades para experienciar. E a vida fora das capas do livro é bem curta, por isso o tempo urge. ;)
Um dos livros que mais me prendeu nos últimos tempos.
Foramexactamente essasas frases que me levaram a ler o livro!
CSD
O livro foi-me recomendado por uma amiga que o havia lido e tinha gostado bastante.
É uma história cativante de que o leitor tem dificuldade em desprender-se. Lê-se de um trago. O cenário agradou-me particularmente: Barcelona em meados do século passado.
Tanto quanto sei é o primeiro de três livros cujas histórias gravitam em torno dos livros e do cemitério dos livros esquecidos.
Enviar um comentário