Ao Ti Manel, com a gratidão pelo abraço fraterno com que a todos nos acolheu.
Guardas as casetas da raia,
passas a salto gente sedenta
d’espaço, de mente, de novidade.
Salpicas a noite de tiros cavos,
cuspidos por armas foscas de
tiranias subtis que de podres
caem das cadeiras.
Sim, na mata!
Ei-la, a jovem matriarca de
seis irmãos escanzelados
está a passar-te a perna!
Não olhes muito!
Dizem que é feiticeira;
que das florestas dos olhos
florescem demónios sensuais!
Já passou… ela e os esmiuçados da fome…
Vá, esconde o contrabando
de Português Suave antes que
de Lisboa venham o cartão e os bufos!
F.L.
6 comentários:
Muito bom, o "Casetas raianas"!
Um abraço a todos e um feliz 2008.
Já agora um feliz dia de Reis... (última cartada nos votos de Boas Festas)!
Abraço
Que bom tornar a ler boa poesia sempre com conteúdo....casetas raiana ou histórias de vida, em que noutros tempos mais difíceis eram... Parabéns e um abraço
Excelente... :)
´Quantas histórias ouvi... Como este poema mas trouxe à memória. Os meus tios espanhóis a contarem as venturas e desventuras o vai-vem de gente de um lado e outro da fronteira, por entre as sombras, a noite, os tiros furtivos.
Era a fronteira entre Barrancos e Encinasola, terra da minha avó materna.
Um abraço
P.
Interessante poema sobre vidas tão atribuladas!
(...)
Olhaste?
Já passou… ela e os esmiuçados da fome…
Vá, esconde o contrabando
de Português Suave antes que
de Lisboa venham o cartão e os bufos!
esta estrofe é perfeita. *
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